O programa Empreender Alagoas mais que dobrou o número de microempreendedores individuais (MEIs) atendidos durante este ano, mesmo num cenário econômico atípico como o de uma pandemia, onde comércio e serviços passaram boa parte de 2020 fechados ou suspensos para conter a Covid-19. A meta inicial era atender 400 negócios entre MEIs, microempresas (ME), empresas de pequeno porte (EPP) e produtores rurais, mas o programa fecha o ano com um saldo de 949 MEIs atendidos.

Também foram atendidas 1.473 microempresas e 186 empresas de pequeno porte, num saldo final de 2.608 CNPJs contemplados. Os números foram apresentados na manhã desta segunda-feira (21) durante reunião com os parceiros do programa Empreender Alagoas, realizada na sede da Associação Comercial de Maceió, em Jaraguá.

O Sebrae Alagoas, a Federação das Associações Comerciais de Alagoas (Federalagoas) e a Associação Comercial de Maceió são os parceiros do programa no estado, que tem por objetivo fortalecer a micro e pequena empresa ao reunir empresários de um mesmo município nos chamados núcleos setoriais. Em Alagoas, a atuação se dá em sete municípios: Maceió, Marechal Deodoro, São Miguel dos Campos, Palmeira dos Índios, Porto Calvo, Rio Largo e Santana do Ipanema.

Nesses núcleos setoriais, os empresários discutem seus problemas e buscam soluções conjuntas com o apoio de um profissional vinculado à entidade empresarial. O programa Empreender funciona no Brasil há mais de 20 anos, e no estado o Sebrae Alagoas o apoia desde 2001.

“Não imaginávamos que iríamos alcançar resultados tão positivos num ano tão atípico”, comemora Fátima Aguiar, gerente-adjunta da Unidade de Relacionamento Empresarial (URE) do Sebrae em Alagoas. “E esse resultado só foi possível por causa da integração institucional de todos os parceiros. Agora nós vamos, na etapa seguinte [do programa], tornar esses empresários ainda mais competitivos”, destaca ela.

A analista da URE, Pauline Reis, aproveitou o encontro para agradecer o trabalho dos articuladores do programa - já que os profissionais estão na linha de frente de contato com os empresários dos municípios participantes - e mirou a próxima etapa da iniciativa. “Em 2021, queremos mostrar o que foi que mudou na vida do empresário atendido pelo programa”, diz.

Receptividade ao programa

A presidente da Associação Comercial de Rio Largo, Alessandra Soares, dá pistas da receptividade ao programa. “É bom contar com a mentalidade dos jovens empreendedores. E com esse novo normal que estamos vivendo, é a oportunidade de mostrarmos dinamismo”, afirma, citando a pandemia. “O empresário, muitas vezes, não tem essa cultura de buscar capacitação, e o Sebrae ajuda nesse sentido”, observa.

Quem complementa o raciocínio de Alessandra Soares é o presidente do Conselho de Jovens Empresários de Rio Largo, Juan Porfírio Guimarães. “É indo lá na ponta, pra dentro da empresa, que a gente muda a mentalidade do empresário. E a inclusão digital ajuda nessa mudança”, afirma.

A direção-executiva do Sebrae em Alagoas também acompanhou a reunião de balanço do programa Empreender. O diretor superintendente da instituição, Marcos Vieira, destaca que Alagoas é um estado pobre, mas com um potencial econômico e empresarial imenso. “Alagoas tem um patrimônio natural incomensurável. É o destino turístico mais prestigiado do Brasil”, aponta.

Diretor técnico do Sebrae Alagoas, Vinícius Lages, lembra que a instituição sempre percorre os municípios do interior do estado para ouvir depoimentos dos empresários, e que, apesar das dificuldades da economia, eles têm conseguido resultados espetaculares. “Empreender não é só ‘descascar abacaxi’. Empreender é ser capaz de também produzir bons ‘abacaxis’”, brinca.

Já Roberval Cabral, diretor de administração e finanças do Sebrae Alagoas, cita a disponibilidade do corpo técnico da instituição e também da Federalagoas. “Por causa de tanto empenho, o programa Empreender Alagoas é exemplo para o Brasil. E que siga essa trajetória de sucesso”, diz.

Presidente da Federalagoas e da Associação Comercial de Maceió, Kennedy Calheiros, fez uma breve apresentação na reunião falando sobre cidades que têm potencial para crescer economicamente ainda mais nos próximos anos. “É preciso estar atento às oportunidades de negócios. Sem desafios a gente não vive”, destaca.