Economia

'Black Friday deve amenizar perdas do varejo na pandemia'

Promoções em alusão à data já começaram em várias lojas de Maceió, mas Aliança Comercial diz que ano é irrecuperável

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 18/11/2020 07h46
'Black Friday deve amenizar perdas do varejo na pandemia'
Reprodução - Foto: Assessoria
A Black Friday, tradicional data em que lojistas fazem grandes promoções, que geralmente acontece na última sexta-feira de novembro e, neste ano, cai no dia 27, parece já ter começado em Alagoas. O festival de ofertas e promoções vem sendo antecipado como uma forma de melhorar o faturamento dos comerciantes e evitar aglomerações nas lojas. Na capital, já é possível ver placas de ofertas alusivas à data em várias lojas de shoppings, Centro e outros bairros. Marcos Omena Tavares, vice-presidente da Associação Comercial de Maceió, ressaltou que a Black Friday  deva fomentar o crescimento nas vendas ajudando o varejo a desenvolver, porém afirmou que esse período da pandemia em que o comércio ficou fechado foi muito difícil. “O ano é irrecuperável para o varejo. A Black Friday pode amenizar, eu acredito também que ela não vai ser tão forte assim, primeiro porque o pessoal ainda tem certa resistência de sair de casa, e em segundo, o mercado vai estar um pouco desabastecido pelo fato de que matérias-primas estão faltando”, frisou Marcos. “Algumas lojas dependendo do seu segmento estão com retração de produto muito grande, mas a gente espera chegar aí pelo menos o número de 5 até 8% abaixo do ano passado, vai ser um número bem considerado e um número para se comemorar e celebrar”, ponderou. Em um shopping na parte alta de Maceió, já é possível comprar produtos com desconto todas as sextas-feiras. O centro de compras anunciou que preparou uma black friday mais do que especial para este ano tão diferente. “Ao invés de um fim de semana de ofertas, o shopping center oferece quatro sextas-feiras com descontos de até 70% em diferentes segmentos, além do último fim de semana do mês”, informa o anúncio no site e redes sociais. “A ampliação da maior promoção de vendas do mundo tem o propósito de oferecer ainda mais segurança para os clientes, que podem aproveitar os melhores preços sem aglomeração ao escolher uma das seis datas da promoção para fazer as melhores compras presencialmente no shopping center ou na loja virtual do empreendimento”, emendou. Ângela Maria Oliveira disse que pretende comprar eletrodoméstico para sua casa, ela contou que iria esperar mais um pouco, mas devido ao anúncio das liquidações vai antecipar seu sonho. “Estava guardando uma graninha extra, há algum tempo, mas agora vou comprar finalmente minha geladeira nova duplex frost free”, disse. Luciana Cardoso vai aproveitar para comprar os presentes de Natal dos filhos, neto e dela, é claro. “Vou me presentear também. Né? Aproveitar as promoções, espero que as lojas não mantenham os preços e realmente reduza os valores das mercadorias”, declarou. Pedro Farias quer trocar de aparelho celular e não ver a hora da promoção começar. “O meu telefone já está velhinho, preciso apagar um monte de coisas porque a memória interna não suportar mais, então essa é a época de trocar de celular por um mais moderno”, mencionou. No outro shopping no bairro Mangabeiras, o ‘show’ de promoções também já foi anunciado como a semana Black Friday, de 23 a 29 de novembro. Vitrines estampam o aviso da Black Friday chamando os consumidores para antecipar as compras. O comércio está confiante na data mais esperada para o setor no ano, junto com Natal e Dia das Mães. “Este ano o cenário é diferente. Em meio a uma pandemia e uma crise econômica sem precedentes, os lojistas esperam o evento não apenas para vender mais, mas para recuperar a perda de meses com vendas baixas”, considerou a comerciante Elaine Maranhão, que também usa as plataformas digitais para ampliar suas vendas. Data deve movimentar R$ 34 milhões na capital   A Black Friday este ano já vem aquecendo as intenções de compra. Pelo segundo ano seguido, o Instituto Fecomércio de Alagoas realizou uma pesquisa para saber o impacto da data no comércio de Maceió. A estimativa é que neste ano a ação promocional movimente pouco mais de R$ 34 milhões na capital, tendo um ticket médio de R$ 302,17. O montante reflete a confiança do consumidor na data, já que apenas 30% dos entrevistados disseram não acreditar nos descontos da Black Friday, ao contrário dos 70% que acreditam de forma geral (39%) ou parcial (31%). A pesquisa do Instituto Fecomércio foi realizada na primeira semana de novembro e indica que 68% dos consumidores pretendem adquirir produtos na data, percentual maior do que o registrado no ano passado (60,6%). Dos 32,8% que afirmaram não ter intenção de consumir no período, 28,43% não enxergam bons descontos nos produtos, 17,26% não têm o costume de comprar no período, 16,24% não comprarão porque estão endividados e 10,15% disseram estar sem o 13º salário na data. O desemprego foi apontado por 8,12% dos entrevistados como a razão para não comprar. Entre os que pretendem consumir na data, 41,25% pretendem comprar um item; 34,32% irão adquirir dois produtos, 12,21% vão investir em três e 2,64% comprarão quatro. O investimento em cinco ou mais será a opção 9,57% dos consumidores. Quanto aos valores que serão gastos, 23,84% estimam desembolsar mais de R$ 400, enquanto 19,21% devem gastar entre R$ 51 e R$ 100. Outras opções serão: até R$ 50 (5,63%); entre R$ 101 e R$ 150 (11,92%); entre R$ 151 e R$ 200 (5,30%); entre R$ 201 e R$ 250 (11,59%); entre R$ 251 e R$ 300 (13,25%); entre R$ 301 e R$ 400 (9,27%). Os valores serão pagos no cartão de crédito (53,64% parcelado e 6,62% no rotativo), à vista via cartão de débito (10,26%) e em dinheiro (28,81%). E se no ano passado os artigos esportivos lideraram a lista de preferências com 46,09%, este ano serão escolhidos por 24,17% dos consumidores. Apesar da queda do percentual, continua no topo da lista, seguido de itens de vestuário, com 19,54%. Ou outros produtos que serão demandados são: brinquedos (12,91%), eletrônicos (12,25%), perfumes e cosméticos (6,62%), livros (5,30%), smartphones (4,30%), eletrodomésticos (3,97%), calçados (3,31%), óculos e relógios (1,99%). Artigos de decoração, computador/notebook, joias/bijuterias e cintos/bolsas aparecem, cada um, com 0,99% da preferência. E como não poderia deixar de ser, até mesmo pelo conceito da Black Friday, os preços serão a principal motivação na escolha da loja (46,69%), seguidos das promoções (11,59%). A qualidade dos produtos influirá na compra de 6,29% dos consumidores e 11,26% já saem de casa sabendo em qual loja irão. A procura pelos produtos será maior nos shoppings (62,58%) e nas lojas do Centro de Maceió (19,87%), mas há quem já esteja de olho nas lojas virtuais (9,93%), nas lojas de bairro (4,30%) e nos supermercados (0,99%). Para CDL, data pode salvar empresas do comércio de Maceió   A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Maceió informou por meio da assessoria de comunicação que a Black Friday será bem-vinda para dar uma aquecida nas vendas e salvar algumas empresas que ainda estão com alguma dificuldade em sua receita. Ainda de acordo com a CDL atualmente diante da pandemia e retomada da economia que ainda está se reerguendo, a expectativa ainda é lenta, porém já mostra sinais de recuperação. “Tivemos muitas perdas para o comércio em Maceió, mas os números atuais mostram que estamos voltando com cautela, visto que, já tem a ideia de uma segunda onda vinda por aí”, salientou a Câmara de Dirigentes Lojistas. “Temos certeza que tomando as devidas precauções sanitárias e de saúde, respeitando o distanciamento e evitando as aglomerações podemos nos manter sem uma segunda paralisação”, frisou. “Juntando com o Natal, poderemos ter aí um aumento nas vendas de 15% de início e chegando até em 25% em alguns setores”, reforçou a CDL.