Economia

13º salário deve injetar R$ 1,75 bilhão na economia de Alagoas

Houve queda de 3,82% com redução na jornada de trabalho proporcional ao salário e suspensão temporária de contratos

Por Texto: Ana Paula Omena com Tribuna Independente 14/11/2020 09h09
13º salário deve injetar R$ 1,75 bilhão na economia de Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
Segundo a estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o pagamento do 13º salário em 2020 deve injetar R$ 1,75 bilhão na economia alagoana. Este valor indica uma queda real de 3,82% quando comparado ao valor registrado em 2018. A economista Natália Olivindo explicou que a queda deste ano, assim como aconteceu a nível nacional, é influenciada notadamente pela redução na jornada de trabalho proporcional ao salário e suspensão temporária de contratos de trabalho, medidas essas que foram regulamentadas pela Medida Provisória nº 936. Além disso, segundo ela, pode-se citar para este resultado, o avanço da informalidade que já vinha aumentando no nosso estado desde 2019 (taxa de 47,20% segundo o IBGE) e o recuo da atividade econômica neste ano de pandemia pelo Covid-19. “Até o momento cerca de R$ 335 milhões já foram injetados na economia de Alagoas a partir da antecipação do décimo terceiro salário pelo Governo do Estado, que ocorreu no dia 10 de novembro. Essa medida já antecipa os ganhos do comércio local, que se intensificarão no mês de dezembro”, ressaltou. Ainda conforme Natália Olivindo a situação financeira de cada trabalhador e o estabelecimento de suas prioridades à utilização do 13º salário pode variar desde o pagamento de contas em atraso à economia integral do valor recebido. “Para aqueles que estão com contas em atraso e sofrem com o avanço de juros, o uso do 13º salário para pagamento destas contas é a opção mais aconselhada. Já aqueles que preveem despesas adicionais no final do ano e início do período escolar ou desejam realizar algum projeto pessoal, podem se programar para utilizar este recurso para pagamento destas despesas e não comprometer sua renda habitual”, destacou. “O mais indicado, contudo, para aqueles que estão com suas contas em dia é que a renda extra proporcionada pelo 13º salário seja utilizada para dar início a uma reserva de emergência ou para realizar investimentos financeiros, o que faria o seu décimo terceiro render”, observou a economista. Lojistas confiantes As expectativas dos lojistas para as vendas do final de ano são as melhores. De acordo com o presidente da Aliança Comercial de Maceió, José Guido Júnior, a entrada do pagamento do 13º salário, o auxílio emergencial e a black friday vão ajudar no incremento da renda e no aumento das vendas. “O comércio agradece a entrada do 13º salário tendo em vista que ainda estamos saindo do momento da pandemia, então o momento é de fundamental importância, obrigado ao Governo do Estado pela iniciativa da antecipação do crédito para os servidores alagoanos”, frisou Guido Júnior. Ele apesar de não concorda com a antecipação da black friday já que comumente acontece no fim de novembro diz que exista um agravante caso a eleições siga para o segundo turno, “Vai chocar a data, vai ficar no meio”, salientou se referindo a temporada de compras natalícias com significativas promoções em muitas lojas de Maceió. Para o representante dos lojistas de Maceió a expectativa é ótima. “A temporada de contratações para as vendas de Natal no comércio da capital já começou e os lojistas seguem se preparando”, disse. De acordo com Guido Júnior, o comércio segue sempre se adequando ao cliente e reafirma que a entrada do 13º salário será de grande valia para que os comerciantes comecem a se reerguer após um longo período de estabelecimentos fechados devido à pandemia. “Os clientes aproveitem bem já que o comércio inteiro está com promoções e ofertas e esperamos que consigamos alavancar vendas muito mais do que necessitamos”, finalizou. Federais Na esfera federal, são 15 mil servidores no estado de Alagoas, segundo o Painel Estatístico de Pessoal, o que deve movimentar mais R$ 310 milhões a economia de Alagoas. Em Maceió, os 19 mil servidores ativos da Prefeitura de Maceió devem receber cerca de R$ 84 milhões. Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Gilton Lima, o volume trará um alento às empresas que, neste ano, enfrentaram um cenário econômico desafiador devido à pandemia do Covid-19 (coronavírus). “Se o final de ano já é um período bem aguardado pelas empresas, pois a injeção do 13º salário dos trabalhadores e as festas de final de ano aquecem as vendas, neste ano de 2020 a expectativa é ainda maior, principalmente para os segmentos que ficaram meses com as portas fechadas devido à pandemia”, avalia. Segundo Felippe Barros, economista da Fecomércio, tudo isso é visto com bastante animosidade pelos comerciantes, empresários do setor de serviços, pelo turismo, bares, restaurantes e lojas de shoppings e do centro. Embora a pandemia tenha afetado o orçamento de muitas famílias, endividando-as, os níveis de endividamento e inadimplência da capital estão, desde outubro, no menor patamar dos últimos 12 meses, então isso pode significar que o orçamento familiar esteja mais livre para aquisição de bens e serviços e ajudar a movimentar bem a economia. Utilizando a renda média habitual do trabalho divulgada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, no segundo trimestre, a renda média ficou em R$ 1.549, podendo estimar na média que, o 13º salário injete, ao menos, R$ 535 milhões. Ao se somar servidores ativos e inativos do estado, junto aos servidores federais e a média dos rendimentos dos trabalhadores formais, o 13º salário deve injetar, aproximadamente, R$ 1,123 bilhão.