Economia

Ibovespa fecha em queda com bancos, mas tem maior alta trimestral desde 2003

Ibovespa encerrou sessão com declínio de 0,71%, a 95.055,82 pontos, encerrando junho com valorização de 8,76% e trimestre em alta de 30,2%

Por Reuters 30/06/2020 23h25
Ibovespa fecha em queda com bancos, mas tem maior alta trimestral desde 2003
Reprodução - Foto: Assessoria
O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, pressionado por bancos, o que não impediu marcar o terceiro mês seguido de alta e garantir a melhor performance trimestral desde 2003. A forte recuperação nos últimos meses teve suporte na ampla liquidez global decorrente principalmente de medidas de vários países no combate aos efeitos econômicos da pandemia do Covid-19, mas também na queda da Selic a mínimas históricas. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou a sessão com declínio de 0,71%, a 95.055,82 pontos, encerrando junho com valorização de 8,76% e o trimestre em alta de 30,2% - melhor resultado trimestral desde o final de 2003 e maior alta percentual para segundo trimestre desde 1997. O movimento vem após um tombo de quase 37% nos primeiros três meses do ano, quando prevaleceu a aversão a risco por causa do novo coronavírus. E, apesar de representativa, a reação não reverteu o resultado no ano, que permanece negativo (-17,80%). O Ibovespa também continua distante dos 120 mil pontos que ameaçou romper no começo de 2020. Um dos destaques para a performance das ações brasileiras no trimestre foi o fluxo histórico de pessoas físicas para a renda variável, apesar da forte volatilidade com a pandemia e cenário político turbulento no Brasil. E o mês de junho também mostrava fluxo positivo de estrangeiros até o dia 26. Na visão do gestor Werner Roger, da Trígono Capital, o mercado tende a continuar com a disputa entre os que consideram a alta das ações exagerada, de que as economias ainda vão sofrer; e aqueles que avaliam que os estímulos e principalmente os juros baixos mudam o cenário. “Principalmente aqui no Brasil, (a queda dos juros) mudou completamente o cenário, não restou muita opção de investimentos”, acrescentou, avaliando que ficou barato investir em renda variável e afirmando estar do lado do grupo que acredita que os níveis de preço no mercado se justificam. E mesmo em relação à pandemia de Covid-19, acrescentou, se houver uma nova onda de casos, a percepção é de que os protocolos médicos estão mais preparados, há várias vacinas e medicamentos em estudo com perspectivas positivas. “O mundo não será pego desprevenido como foi com a primeira onda”, afirmou. O volume financeiro no pregão desta terça-feira totalizou 27,5 bilhões de reais, um pouco abaixo da forte média diária do mês de 32,5 bilhões de reais. Nesta sessão, o Ibovespa oscilou da mínima de 94.806,47 pontos à máxima de 96.257,30 pontos, com noticiário corporativo também no radar, além de ajustes tradicionais em fechamento de período e tendo ainda Wall Street no radar. “O Ibovespa permanece travado entre os 94.000-97.700 e precisará romper em um destes extremos”, avalia o analista Fernando Góes, da Clear Corretora, acrescentando que, pela sua leitura do gráfico, há chance maior de que rompa para cima. “Para anular a probabilidade de alta atual, o Ibovespa precisaria perder o seu suporte mais forte que é o dos 90 mil pontos e seria um banho de água fria no mercado”, observou.