Economia

“Abertura do varejo não causará pico da Covid-19”

Vice-presidente da ACM ressalta que não é aceitável descumprimentos de protocolo

Por Tribuna Independente com Carlos Amaral 24/06/2020 09h28
“Abertura do varejo não causará pico da Covid-19”
Reprodução - Foto: Assessoria
Alagoas segue – ao menos formalmente – em isolamento social até dia 30 de junho, como forma de combater a pandemia de covid-19. A prorrogação da medida, anunciada pelo governador Renan Filho (MDB) frustrou empresários, cuja expectativa era de começar a reabertura econômica a partir de terça-feira (23), À Tribuna, Marcos Tavares, vice-presidente da Associação Comercial de Maceió (ACM), afirma que a prioridade deve ser salvar vidas, mas ressalta que a reabertura do varejo não causará pico de contágio por coronavírus. Num tom diferente à última nota da ACM sobre os decretos de isolamento social do Governo do Estado, à qual a entidade afirmou que “não pode aceitar qualquer ato que tenda ao descumprimento do programa estabelecido”, Marcos Tavares garante haver as condições para a proteção das pessoas nos estabelecimentos comerciais e que a reabertura não será fator para aumento do contágio de covid-19. “Acreditamos que o setor está muito bem aparelhado, bem pronto, na verdade, para obedecer todas as regras sanitárias que o decreto impôs e a gente possa receber nossos clientes com segurança e tudo o que é necessário, dentro do que as autoridades sanitárias preconizaram”, diz. “Acreditamos, por isso, que não será com a abertura do varejo que existirá pico de contágio. Com essa nossa organização, acreditamos que isso possa até diminuir porque vai dissipar [aglomeração], pois muitos estão trabalhando de maneira informal e sem obedecer qualquer regra ou determinação sanitária”, completa o vice-presidente da ACM. Ele ressalta à reportagem que a vida deve ser prioridade e que as perdas financeiras não se comparam às mortes em decorrência da covid-19, mas pondera a necessidade de reabertura da economia. Marcos Tavares ressalta a frustração com a prorrogação do isolamento social, mesmo a decisão do governador não ter sido bem uma surpresa para o setor. “Na verdade, a gente imaginava a flexibilização a partir de hoje [terça, 23], mas já na última reunião – com várias entidades e segmentos –, a gente passou a achar ser mais difícil. Estamos num momento muito difícil, especialmente o segmento que a ACM representa, que é o varejo, e alguma parte de serviços. No varejo, estamos quase há 100 dias sem operar efetivamente. A gente fica muito triste com essa prorrogação porque estamos no sufoco. Nos frustrou”, relata. AMA defende reabertura no interior Segundo as informações oficiais do Governo do Estado, os casos de covid-19 têm diminuído na região metropolitana de Maceió, mas aumentado no interior. Mesmo assim, a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) defende a reabertura da economia nas demais cidades do estado. De acordo com sua assessoria de comunicação, Pauline Pereira, presidente da AMA, argumenta ser possível reabrir a economia no interior desde que sejam utilizados todos os protocolos sanitários para a prevenção à covid-19. Ela também reconhece a importância da curva epidemiológica como parâmetro, apesar de ponderar a necessidade de a população aderir ao isolamento social. “São atitudes que não dependem apenas de gestores e, sim, da conscientização da população, como o uso de máscaras”, afirma através da assessoria de comunicação da AMA. “Cada município possui uma característica. Com a ampliação da proteção básica no interior, como a abertura de leitos clínicos e vagas em UTI, temos a possibilidade de retomar para não haver mais prejuízos econômicos, mais do que já possuímos. Precisa ser gradual e, no momento que acontecer, tenha uma estabilidade em todo Estado na curva, não apenas na capital”, completa. Pauline Pereira também defende a prorrogação do Auxílio Emergencial pago pela União. Segundo ela, essa ajuda financeira representa 3% do PIB alagoano. “Se for mantido, o auxílio irá ajudar na recuperação econômica. As contas públicas estão abaladas”.