Economia

Dólar tem maior queda de 2020 ante real com trégua externa após recordes recentes

Cálculos com base em dados do banco central chinês apontaram injeção líquida de pelo menos 150 bilhões de iuanes nesta segunda-feira

Por Reuters 04/02/2020 00h42
Dólar tem maior queda de 2020 ante real com trégua externa após recordes recentes
Reprodução - Foto: Assessoria
O dólar começou fevereiro com a maior queda ante o real em 2020, com estímulos na China e dados melhores nos Estados Unidos servindo de argumento para uma correção depois de fortes altas recentes que levaram a moeda a bater recordes. A reabertura dos mercados chineses após o feriado estendido foi marcada por fortes quedas nas bolsas locais e pela promessa de autoridades do país de usar várias ferramentas de política monetária para garantir ampla liquidez e apoio às empresas. Cálculos da Reuters com base em dados do banco central chinês apontaram injeção líquida de pelo menos 150 bilhões de iuanes nesta segunda-feira. “Esperamos que o governo chinês acelere oferta de liquidez para mitigar a baixa (da economia), especialmente diante de sua sinalização de ‘estabilização do crescimento’ como prioridade para 2020”, disse o Barclays em nota. “Esperamos tanto um amplo afrouxamento monetário quanto mais suporte fiscal, tributário, monetário e de crédito para as regiões mais afetadas”. O dólar à vista caiu 0,86%, a 4,24875 reais na venda. A queda percentual é a mais forte desde 30 de dezembro (-0,91%). Na sexta passada, a moeda fechou a 4,2858 reais na venda, máxima nominal recorde. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,82%, a 4,2535 reais. Medidas de suporte na China tendem a acalmar os mercados e, por tabela, amparar moedas de risco. Junto com o real, peso mexicano, rand sul-africano e peso chileno tinham firme valorização nesta segunda-feira. Dados melhores do setor manufatureiro nos EUA também ajudaram o sentimento dos mercados, uma vez acalmaram temores sobre desaceleração na maior economia do mundo. A sessão foi marcada ainda pela volta das rolagens de swap cambial tradicional pelo Banco Central, que negociou todos os 13 mil contratos ofertados na sessão. O BC já afirmou que pretende fazer a rolagem integral dos 11,7 bilhões de dólares em swaps cambiais que venceriam em abril. Assim, o BC evita retirar liquidez do mercado, ajudando a acalmar o dólar.