Economia

Ibovespa encerra semana com nova máxima após acordo China-EUA

Petrobras recua forte

Por Reuters 14/12/2019 00h31
Ibovespa encerra semana com nova máxima após acordo China-EUA
Reprodução - Foto: Assessoria
O Ibovespa fechou em nova máxima nesta sexta-feira, após China e Estados Unidos anunciarem um acordo comercial “fase 1”, mas a alta foi atenuada por realização de lucros e queda de Petrobras após o BNDES avisar que pretende vender sua fatia na empresa. Homem observa cotações de ações em um painel eletrônico da bolsa. 6/2/2018. REUTERS/Athit Perawongmetha Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,33%, a 112.564,86 pontos, nova máxima de fechamento. Durante a sessão, o índice chegou a 112.829,31 pontos, recorde intradia. O giro financeiro total atingiu 25,8 bilhões de reais. Na semana, o Ibovespa acumulou valorização de 1,3%, ampliando a alta no mês para 4% e o ganho em 2019 para 28,1%. China e EUA anunciaram acordo que prevê redução de algumas das tarifas norte-americanas sobre bens chineses - incluindo suspensão de taxas previstas para vigorar a partir de domingo, em troca de aumento em compras de produtos agrícolas dos EUA e outros itens pela China. “Um acordo entre as duas maiores potências comerciais do mundo não é algo trivial... É algo leva tempo para ser construído e, de certa forma, caminha em uma velocidade boa”, afirmou o chefe de renda variável da Vero Investimentos, Fábio Galdino, que considerou o anúncio positivo. “Não é algo que vai mudar o ano que vem ou nos próximos cinco anos...mesmo se tratando de uma fase 1, é positivo porque as barreiras iniciais foram superadas”, acrescentou. O Ibovespa chegou a registrar queda, com comentários de Trump ditando volatilidade, mas retomou a trajetória positiva após a China anunciar detalhes do acordo, seguida pelos EUA. Patrik Lang, chefe da área de pesquisa em renda variável do Julius Baer, destacou em nota a clientes que um acordo para evitar as tarifas de 15 de dezembro e reverter algumas das tarifas anteriores era algo que mercados esperavam, mas que a confirmação agrada diante de aumento de incertezas recentemente. “A semana terminou com um ambiente mais otimista em função do fechamento do acordo”, reforçaram os analistas Henrique Tomaz e Richardi Ferreira, da BB Investimentos, em nota a clientes. Da cena local, ajudou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), que subiu 0,17% em outubro na comparação com o mês anterior, em dados ajustados sazonalmente informados pelo BC, acima do esperado. A equipe da Guide Investimentos destacou que a leitura de outubro do IBC-Br apontou melhora no ritmo de recuperação da economia. A sessão ainda foi marcado pelos ajustes de posições antes do vencimento de opções sobre ações, na segunda-feira, que costuma ter entre as séries mais líquidas papéis com relevante peso no Ibovespa, entre eles Petrobras, Vale, Itaú e Bradesco. DESTAQUES - PETROBRAS ON caiu 4,69%, entre as maiores quedas, apesar da alta dos preços do petróleo, tendo no radar notícia de que BNDES comunicou a companhia a intenção de avaliar a venda de até todas as ações ordinárias que detém da empresa. PETROBRAS PN recuou 3,2%. - ITAÚ UNIBANCO PN fechou com elevação de 2,14%, enquanto BRADESCO PN teve variação positiva de 0,17%. - VIA VAREJO ON subiu 8,7%, após queda no fechamento da véspera, após a empresa revelar indícios de fraude fiscal, com impacto estimado de até 1,4 bilhão de reais no quarto trimestre. Os papéis subiam 8% antes da divulgação e fecharam em baixa de 3%. GPA PN, controlador da Via Varejo até meados do ano, fechou em baixa de 1,77%. - MAGAZINE LUIZA ON avançou 2,59%, em dia de evento da companhia com investidores e analistas, no qual anunciou plano de lançar em janeiro novos serviços financeiros para clientes e vendedores de seu marketplace. - CIELO ON fechou em alta de 4,52%, após anunciar na véspera uma parceria com a Ame, carteira digital da Lojas Americanas e da B2W, para pagamentos com QR Code.. LOJAS AMERICANAS PN ganhou 2,1% e B2W ON avançou 2,46%. - NATURA ON valorizou-se 3,94%, após relatório do Bradesco BBI, no qual o analista Richard Cathcart elevou a recomendação dos papéis para ‘neutra’ e o preço-alvo de 31 para 38 reais, afirmando ter uma visão mais otimista dos resultados após a publicação do guidance pela Avon. - VALE ON subiu 1,53%, acompanhando o movimento de papéis de mineradoras na Europa, em sessão de alta dos preços do minério de ferro na China.