Economia

Efeito Fed derruba dólar a mínima em 3 meses ante real; queda na semana é de quase 2%

É o menor patamar para um encerramento desde 21 de março passado (3,8001 reais)

Por Reuters 21/06/2019 18h56
Efeito Fed derruba dólar a mínima em 3 meses ante real; queda na semana é de quase 2%
Reprodução - Foto: Assessoria
O dólar caiu nesta sexta-feira ao menor nível em três meses contra o real, em dia de fraqueza global para a moeda norte-americana, com o mercado ainda sob efeito da expectativa de melhora na liquidez mundial conforme os Estados Unidos caminham para cortar juros. O dólar à vista fechou em queda de 0,68%, a 3,8239 reais na venda. É o menor patamar para um encerramento desde 21 de março passado (3,8001 reais). No acumulado da semana, a cotação recuou 1,93%. É a quarta queda semanal do dólar nas últimas cinco semanas. Na B3, o dólar futuro de maior negociação cedia 0,40% nesta sexta-feira, a 3,8260 reais. Mesmo numa sessão espremida entre o feriado de Corpus Christi e o fim de semana, o volume de negócios no mercado futuro se manteve em torno da média, com cerca de 300 mil contratos de dólar futuro sendo negociados para o primeiro vencimento. O Federal Reserve sinalizou nesta semana prontidão para reduzir o juro básico nos EUA, como forma de proteger a economia de impactos negativos decorrentes da guerra comercial travada entre Washington e Pequim. Juros mais baixos nos EUA melhoram a relação risco/retorno para aplicações em ativos de mercados de maior risco, como os emergentes, o que pode estimular entrada de capital para o Brasil, por exemplo. Com isso, há aumento da oferta de dólar, o que tende a reduzir o preço da moeda. “Devido à posição já vendida em real e a potencial fraqueza adicional do dólar no mundo depois da reunião do Fed, passamos a ficar otimistas com o real”, disseram estrategistas do Morgan Stanley em nota. O Morgan projeta dólar de 3,80 reais ao fim de setembro e de 3,75 reais no término de dezembro. Uma das medidas da atratividade do dólar no mundo, o juro real norte-americano caiu 21 pontos-base nesta semana, para 26 pontos-base, enquanto o ouro subiu ao maior patamar desde 2013. “É um claro sinal de que a era de dólar forte (no mundo) acabou”, concluíram os profissionais do Morgan. Mas o J.P. Morgan não compartilha do otimismo. Segundo o banco, persistentes incertezas políticas podem atrasar a agenda de reformas no Brasil. “Além disso, riscos geopolíticos podem manter o real sob pressão no médio prazo, e não projetamos a apreciação prevista por analistas na pesquisa Focus”, completou o J.P. Morgan. A mediana das expectativas do mercado para o dólar é de 3,80 reais ao fim de 2019 e 2020, segundo a sondagem Focus, do Banco Central.