Economia

Dólar toca R$ 4, mas desacelera por realização de lucros e Previdência

Na máxima, dólar foi a 4,0010 reais, alta de 1,09 por cento

Por Reuters 07/05/2019 18h52
Dólar toca R$ 4, mas desacelera por realização de lucros e Previdência
Reprodução - Foto: Assessoria
O dólar engatou a segunda alta consecutiva nesta terça-feira, mas longe da máxima do dia, à medida que investidores realizaram lucros após a cotação ter chegado a romper os 4 reais. O dólar à vista subiu 0,29 por cento, a 3,9694 reais na venda. Na máxima, a moeda foi a 4,0010 reais, alta de 1,09 por cento. Na B3, a referência do dólar futuro oscilava em torno da estabilidade, a 3,9765 reais. O dólar se afastou dos picos em linha com o movimento global. A moeda da Austrália, considerada “proxy” de risco, reverteu e subia 0,3 por cento no fim da tarde. “O nível de 4 reais atrai vendas. E o dólar por várias métricas já se mostra acima dos patamares de fundamento”, disse o operador de uma corretora em São Paulo. A realização de lucros decorreu em parte da percepção de que o nível de 4 reais incomoda o Banco Central. No fim do mês passado, o BC anunciou com certa antecipação as rolagens de contratos de swap cambial com vencimento em julho. Também no fim de abril, quando o dólar rondava os 4 reais, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Fernandes, afirmou que a autoridade monetária não tem “preconceitos” em relação ao uso de qualquer instrumento cambial. Recentemente, o J.P. Morgan calculou que o real estaria cerca de 5 por cento abaixo dos patamares indicados por modelos. Sérgio Goldenstein, sócio-gestor da Mauá Capital, disse que os fundamentos justificam um dólar mais perto de 3,65 reais. “Passada a reforma da Previdência, não descarto inclusive taxas em torno ou abaixo de 3,40 reais”, afirmou. Nesta terça, começaram trâmites da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados. Pelo plano de trabalho, já na quarta-feira haverá apresentação geral da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma com o ministro da Economia, Paulo Guedes.