Economia

Vale desaba 24,5% e perde mais de R$70 bilhões em valor de mercado após tragédia em Minas

Volume de ações negociado foi o maior desde estreia da Vale na bolsa

Por Reuters 28/01/2019 18h43
Vale desaba 24,5% e perde mais de R$70 bilhões em valor de mercado após tragédia em Minas
Reprodução - Foto: Assessoria
As ações da Vale fecharam em queda de mais de 20 por cento nesta segunda-feira, pior desempenho diário da sua história e equivalente uma perda de 72,8 bilhões de reais em valor de mercado, após a tragédia com o rompimento de uma barragem de mineração da companhia em Brumadinho (MG), que deixou até o momento 60 pessoas mortas e quase 300 desaparecidas. Os papéis da mineradora fecharam em queda de 24,52 por cento, a 42,38 reais, derrubando o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, que fechou em baixa de 2,29 por cento. O volume de ações negociado foi o maior desde a estreia da Vale na bolsa. Em termos financeiros, foi o maior giro do pregão desta segunda-feira, totalizando 8,15 bilhões de reais. Os primeiros relatórios de analistas do setor de mineração recomendaram cautela com as ações dado o horizonte nebuloso à frente em razão de potenciais desdobramentos da desastre, que aconteceu pouco mais de três anos depois que uma barragem da Samarco - uma joint venture da Vale com a BHP - rompeu em Mariana (MG), levando a 19 mortes e poluindo o rio Doce. Os analistas Leonardo Correa e Gerard Roure, do BTG Pactual, afirmaram terem sido “verdadeiramente surpreendidos” com o evento, citando que, desde o acidente com a Samarco, a Vale investiu em uma série de medidas para inspecionar e garantir que as operações existentes fossem seguras. Desde o rompimento da barragem de Brumadinho na sexta-feira, a Vale já teve contra si a decretação de quatro bloqueios judiciais e a aplicação de outras duas sanções por órgãos administrativos no valor total de 12,1 bilhões de reais, segundo levantamento feito pela Reuters nesta segunda-feira. A mineradora também suspendeu sua política de remuneração aos acionistas, o que na prática significa o não pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio.