Economia

Se aprovada, passagem de R$ 4,15 em Maceió será a mais cara entre capitais nordestinas

Passagem de ônibus em Maceió atualmente custa R$ 3,65

Por Texto: Emanuelle Vanderlei / Rívison Batista 25/01/2019 20h56
Se aprovada, passagem de R$ 4,15 em Maceió será a mais cara entre capitais nordestinas
Reprodução - Foto: Assessoria
Com os efeitos da crise financeira batendo à porta, o movimento de questionar o valor pago pela passagem de ônibus em Maceió ficou mais forte em 2019. Diferente dos anos anteriores, o movimento este ano decidiu partir para o ataque e pedir redução dos preços, ao invés de apenas tentar evitar o aumento. Se realmente a passagem aumentar para R$ 4,15, a tarifa de ônibus na capital alagoana será a mais cara entre as capitais do Nordeste brasileiro. Em Teresina, um reajuste foi aprovado no fim do ano passado e a passagem chegou a R$ 4,02. Em Aracaju, o valor atual da passagem é de R$ 4, aprovado no início de dezembro passado. Nas demais capitais os valores estão abaixo dos R$ 4,00: Salvador (R$ 3,70); Natal (R$ 3,65); João Pessoa (R$ 3,55); Fortaleza (R$ 3,40); em São Luís a tarifa é diferenciada, no entanto o preço máximo é de (R$ 3,30); e Recife (R$ 3,20). Observando contratos, licitações, e fazendo cálculos detalhados até sobre as finanças das empresas, o Comitê em Favor da Redução da Passagem em Maceió respondeu à primeira ação das empresas, que protocolou o pedido de aumento ainda no final de 2018. A passagem em Maceió atualmente custa R$ 3,65. O Comitê, por sua vez, exige redução para R$ 3,15. O Ministério Público se envolveu na discussão, realizou uma audiência pública na última quinta-feira (24) e recomendou que o valor da passagem não deve ser alterado enquanto não houver consenso. As empresas alegam muita dificuldade. Criticam a falta de fiscalização sobre os transportes clandestinos e dizem que com a redução do número de passageiros não está sendo possível fechar as contas. O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários pondera sobre as razões da população, mas acaba pendendo para o lado dos empresários, concordando que a redução de passageiros tem causado prejuízos para a categoria. Já a população reclama da qualidade do serviço prestado e do desequilíbrio entre o poder aquisitivo da população e o valor cobrado em um serviço essencial. Nas mídias sociais, a campanha se multiplica com usuários dos transportes divulgando problemas na prestação do serviço: catraca dupla, falta de acessibilidade, ônibus circulando com a porta aberta, além da clássica superlotação, que é praticamente unânime entre os usuários. Contrato não está sendo cumprido A discussão aprofundou-se e chegou às cláusulas dos contratos de licitação. O princípio da motricidade é um dos pontos que eles consideram que não está sendo cumprido. Magno Francisco, representante do comitê, afirma ter convicção através dos estudos feitos, de que a passagem tem condições de ser reduzida. Segundo ele, os empresários atualmente possuem uma dívida de R$ 23 milhões com o município de Maceió. “Queremos que essa dívida seja revertida em benefício para a população. Redução do valor da passagem e passe livre para os estudantes”, afirma.