Economia

Bancos: transações remotas são 66% do total no país

Sindicato dos Bancários de Alagoas afirma que há preocupação com aumento das demissões e desligamentos voluntários

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 08/11/2018 08h59
Bancos: transações remotas são 66% do total no país
Reprodução - Foto: Assessoria
Um relatório divulgado nesta quarta-feira (7) pelo Banco Central (BC) aponta que 66% das transações bancárias já acontecem por meios remotos no país, isto é, caixas eletrônicos, internet banking e smartphones. Em contrapartida, o crescimento reforça a preocupação de bancários com a possibilidade de aumento de demissões e desligamentos incentivados. “O uso de canais remotos vem crescendo significativamente e representam 66% do total de transações realizadas (remotas e presenciais). Os smartphones e PDAs lideram esse avanço: as transações por smartphones cresceram 19% entre 2015 e 2017”, aponta o estudo do BC. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Alagoas, Márcio dos Anjos, na última década o crescimento acentuado destes canais tem motivado demissões. A preocupação é que o aumento, cada vez mais intenso, prejudique ainda mais a categoria. “Se pegarmos todos os meios alternativos, intranet, lotérica, autoatendimento, já representam 87% das transações bancárias. Isto reflete com certeza, porque hoje Banco do Brasil, Caixa e Banco do Nordeste estão incentivando os funcionários a sair, nos bancos privados é demissão mesmo, e isso também é fruto da questão do avanço desse acesso por meio da tecnologia, que tem substituído o trabalhador. Para o trabalhador é preocupante, existe e muito essa preocupação”, destaca. Ainda de acordo com Márcio dos Anjos é preciso que as instituições e os profissionais consigam um contraponto, um meio de se adequar e não prejudicar a empregabilidade da categoria. “É um número muito alto e é um crescimento assustador do ponto de vista do emprego. Em relação à questão da tecnologia, sabemos que não podemos nos contrapor a evolução tecnológica, essa é uma tendência e é preciso se reinventar”, afirma. O economista Felippe Rocha avalia que o aumento da procura por transações remotas traz benefícios como a comodidade para o consumidor em facilitar os serviços bancários, no entanto, do ponto de vista econômico é preciso ponderar  o que representa a médio e longo prazo, como por exemplo a colocação profissional no segmento. “A gente pode verificar que isso facilita as transações e a velocidade de consumo, que por sua vez facilita o aquecimento da economia, mas numa economia ainda em recuperação isso não muda muita coisa. Isso só melhora o acesso, deixa mais rápido e ocasiona algumas mudanças no setor bancário no que tange à empregabilidade, já que se eu posso fazer tudo em casa não há tanta necessidade assim de manutenção de um funcionário para atender um consumidor .É preciso verificar se a quantidade de empregos é superior a quantidade destruída, então tem que colocar na balança isso daí”, aponta.