Economia

Sou contra usar Petrobras para combater inflação, diz Haddad

“O povo tem que estar na equação”, defendeu o presidenciável petista

Por Reuters 14/09/2018 01h18
Sou contra usar Petrobras para combater inflação, diz Haddad
Reprodução - Foto: Assessoria
O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, declarou-se nesta quinta-feira contrário à utilização da Petrobras como ferramenta de combate à inflação, ao mesmo tempo que afirmou que o poder de monopólio da estatal não pode ser esquecido para evitar que a petroleira se torne “especulativa”. “Eu sou a favor de preço acima do custo de produção, por definição”, disse Haddad quando indagado sobre como seria a política de preços da Petrobras, caso ele vença a eleição de outubro. “Sou contra você usar a Petrobras para combater a inflação. A Petrobras é uma empresa, tem acionistas”, acrescentou o petista durante entrevista coletiva com a imprensa estrangeira em São Paulo. Haddad disse, por outro lado, que a Petrobras não pode ficar livre para fazer o que bem entender, devido ao poder de monopólio que detém. Ele afirmou que desconsiderar esse poder é “um erro simétrico” que, de acordo com ele, foi cometido pelo governo do presidente Michel Temer. “Se não você transforma a Petrobras numa empresa especulativa, que foi o que o governo Temer fez”, disse. “E os resultados vocês viram. Íamos crescer 3 (por cento), vamos crescer 1,5 (por cento) por conta da crise dos caminhoneiros”, afirmou. Em maio uma paralisação de caminhoneiros em todo o país gerou desabastecimento e provocou danos à economia que têm sido detectados por indicadores econômicos recentes. Haddad lembrou na entrevista que, quando prefeito de São Paulo, a cidade ganhou o grau de investimento de agências de classificação de risco e afirmou que isso foi alcançado porque ele é um gestor fiscalmente responsável, mas que não fechou postos de saúde para obter a classificação. Ele disse que o programa de governo do PT leva em consideração o endividamento público e o desequilíbrio fiscal, ao mesmo tempo que defendeu que responsabilidade fiscal não pode ser sinônimo de irresponsabilidade social. “O povo tem que estar na equação”, defendeu o presidenciável petista. Indagado sobre se já tem em mente o nome de um futuro ministro da Fazenda, Haddad disse que, neste momento eleitoral, ainda não se está discutindo montagem de equipe, mas deu sinais do perfil que o futuro ministro terá. “Vamos procurar o perfil de uma pessoa que concorde com o plano pré-estabelecido”, disse. “Não vamos atrás de alguém que tenha um plano. Vamos atrás de alguém que execute o plano”, afirmou.