Economia

‘Impactos ainda não foram avaliados’, diz Braskem

Corte de incentivos fiscais à indústria química preocupa setor em Alagoas

Por Repórter Evellyn Pimentel - Tribuna Independente 02/06/2018 12h44
‘Impactos ainda não foram avaliados’, diz Braskem
Reprodução - Foto: Assessoria
A redução de incentivos fiscais para a indústria química e setores de exportação anunciada pelo governo federal preocupa o setor em Alagoas. As medidas foram tomadas como “compensação” à perda de arrecadação atribuída à redução no preço do diesel Segundo o gerente de Marketing e Relações Institucionais da Braskem, Milton Pradines, os impactos financeiros, apesar de negativos, ainda não foram avaliados pela empresa no estado. “A gente ainda não tem um estudo porque foi tudo ontem a noite [quinta-feira]. A gente não tem uma ideia maior, ou o quanto isto vai significar. A gente sabe que vai ter impacto, que tudo vai ter impacto. Quando você pega os últimos estudos divulgados sobre a greve dos caminhoneiros, o setor químico foi o terceiro mais atingido do ponto de vista da perda de receita e agora a gente se depara com isso. Tem questões ligadas a exportação, que certamente vão impactar, mas a gente não tem estudo aprofundados, só segunda ou terça-feira é que teremos uma avaliação profunda dos impactos”. Pradines afirma que em todo o país o assunto começou a ser debatido para que possam ser encontradas soluções. “Há uma preocupação muito grande do setor nacionalmente. Como é uma questão que não pode ser tratada localmente apenas, a gente vai acompanhar, mas a Abiquim está estudando, está avaliando quais as alternativas para tentar minorar a princípio o que está sendo anunciado de perdas. A gente não tem ideia precisa ainda. Aqui em Alagoas o regime especial da Indústria química concede benefícios ao exportador brasileiro. No nosso caso, por conta da crise do mercado interno, o nosso principal produto, o PVC, a exportação estava sendo uma válvula de equilíbrio. Isso certamente vai ter algum tipo de impacto, mas a gente não consegue mensurar”, diz. Mas, de acordo com o presidente da Associação das Empresas do Polo Cloro químico de Alagoas, Jorge Bastos a medida não traz prejuízos para o Estado. “Não tem impacto nenhum para a gente não, mas não dá para dizer isso ainda. Para Alagoas não impacta em nada”. À Tribuna Independente, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fernando Figueiredo esclareceu que o impacto no setor pode chegar a R$ 2 milhões em 2019. “Nós estimamos um impacto durante o ano de 2019 de R$ 2 milhões a R$ 2 milhões e meio na indústria química como um todo. Nós decidimos uma estratégia: Vamos tentar no Congresso e junto ao governo para tentar reverter essa medida. Nós vamos procurar articular para tentar a rejeição da medida provisória no Congresso”, acrescenta. Para Figueiredo apesar de não gerar efeitos diretos como redução de contratações ou demissões, de forma indireta as mudanças afetam o consumidor. “Quando está subindo o custo, quem paga a conta é o consumidor, é como o frete, não adianta aumentar o combustível de forma irresponsável e não esperar que o motorista aumente esse custo, é algo natural”, diz.