Economia

Preço da cebola dispara em feiras livres e supermercados

Antes comprado por R$ 2 ou R$ 3, produto agora chega a ser encontrado por até R$ 6

Por Lucas França com Tribuna Independente 17/05/2018 09h01
Preço da cebola dispara em feiras livres e supermercados
Reprodução - Foto: Assessoria
O preço de um dos ingredientes mais indispensáveis da cozinha, a cebola, disparou nas gôndolas dos supermercados e nas feiras livres de Alagoas nos últimos dias. Antes era possível comprar o quilo do produto entre R$ 2 e R$ 2,50. Agora o consumidor não encontra por menos de R$ 3,50 ou R$ 4 nas barracas no Centro de Maceió. O comerciante Aziel Augusto da Silva, que já vende o produto há bastante tempo explica que o aumento se deu por conta da chuva que faz com que o produto não seque e tenha um reajuste para cima. “Geralmente a produção de cebola no Nordeste é na Bahia. Por lá choveu e prejudicou na produção. Aí o produto fica mais escasso e consequentemente mais caro’’, explica Aziel. Ele também disse que além da cebola, outros legumes e frutas também tiveram reajuste nos últimos dias. “A abóbora antes era possível comprar o quilo por R$ 1. Agora o cliente não leva por menos de R$ 1,5 ou R$ 2. A cenoura que antes era R$ 2,50 subiu para R$ 4 e a beterraba também aumentou. Comprava o saco por R$ 35 e agora está de R$ 50. Por isso, temos que aumentar também para os clientes”, ressalta. Antônia Maria da Conceição também trabalha vendendo legumes, frutas e verduras e teve que reajustar os valores para o consumidor. “Estou vendendo um pacote que vem entre cinco e seis cebolas por R$ 2 porque as pessoas estão achando caro o quilo por R$ 4. Tem locais que chega a R$ 6. Mas temos que fazer isso para tirar o lucro e poder comparar mais. O saco da cebola era R$ 35. Agora estamos pagando R$ 75. Ou seja, o dobro”, conta. Tanto Aziel quanto Antônia fazem o pacote da cebola com cerca de 700 gramas por R$ 2 a R$ 3 para atrair mais consumidores que não deixam de comprar o produto. CONSUMIDOR “Percebi que ficou mais caro mesmo. Já vi o quilo por R$ 5. É complicado, porque lá em casa não conseguimos ficar sem”, avalia o porteiro Ailson da Silva, acrescentando que não tem como substituir o alimento. “Tem época que esses produtos aumentam. Seja por conta da chuva ou a falta dela. Mas não dá para ficar sem. Temos que comprar de qualquer jeito. A esposa quer para fazer a comida. A cebola dá sabor na carne, no feijão, por exemplo’’, diz. Para não deixar de comprar a cebola o porteiro opta pelos pacotes que vêm com seis e pede para a esposa economizar. O presidente da Associação dos Supermercados de Alagoas (Asa), Raimundo Barreto, explica que o preço aumentou no país inteiro porque a grande maioria dos legumes e frutas têm a produção em outros estados e, quando aumenta, aqui não é diferente. “De fato houve reajuste. A cebola está variando pouco nos estabelecimentos entre R$ 4 a R$ 6 o quilo. O que ainda está em conta são as hortaliças que são produzidas por aqui”, ressalta. NUTRICIONISTA O nutricionista Renato Duarte explica que a cebola é indispensável porque contém quercetina, um flavonoide responsável por diversas funções no organismo, entre elas melhora alergias respiratórias, como asma e bronquite, ajuda a melhorar inflamações e age no combate ao câncer. “A quercetina, que é encontrada em abundância na cebola, também beneficia na circulação do sangue, ajudando a prevenir a trombose e o envelhecimento das artérias e das veias. Além disso, melhora a capacidade do organismo de dissolver coágulos. É um alimento versátil e maravilhoso vegetal, que ainda tem um valor nutricional extremamente rico em hidratos de carbono, que fornecem energia para o corpo, vitaminas A, B1, B2, C, K, P e betacaroteno, que contribuem para a saúde da pele e protegem a visão. A cebola ainda é rica em enxofre, tornando-a antisséptica e antibiótica ao agir no organismo”, expõe o nutricionista.