Economia

Dólar fecha em alta sobre o real, após bater R$ 3,26 nesta terça-feira

Moeda norte-americana subiu 0,5%, a R$ 3,2473 na venda, depois de atingir a máxima de R$ 3,2691

Por Fonte: Reuters 24/10/2017 16h38
Dólar fecha em alta sobre o real, após bater R$ 3,26 nesta terça-feira
Reprodução - Foto: Assessoria
O dólar fechou em alta pelo quarto dia de negócios seguido, após chegar a subir mais de 1% nesta terça-feira e bater o patamar de R$ 3,26 diante das expectativas sobre os juros nos Estados Unidos e com temores sobre a força política que o governo do presidente Michel Temer terá para dar sequência a importantes reformas, em especial a da Previdência.

A moeda norte-americana subiu 0,5%, a R$ 3,2473 na venda, depois de atingir a máxima de R$ 3,2691.

Com isso, voltou a fechar no maior valor desde julho.

"Agora o mercado parece estar se preparando para uma aprovação da reforma tributária nos EUA, porque existe a questão da possível repatriação dos lucros mantidos pelas multinacionais no exterior, porque é bastante dólar que pode ser enxugado", explicou o operador da corretora H. Commcor, Cleber Alessie Machado.

Os EUA estão no foco do mercado depois que o Senado aprovou um esboço de orçamento que abre caminho para a tentativa do presidente Donald Trump de reformar o sistema tributário, além da sucessão do Federal Reserve, banco central norte-americano.

Trump tem dito que ainda avaliava pelo menos três nomes: o diretor do Fed Jerome Powell, o economista da Universidade de Stanford John Taylor e a atual chair do Fed, Janet Yellen.

"A escolha de Taylor deixaria os mercados descontentes porque ele tem um perfil mais conservador e tende a subir os juros. O mercado fica mais confortável com a escolha de Powell ou Yellen", afirmou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Mais juros dos Estados Unidos tende a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outros mercados ao redor do mundo, o que pode resultar em fluxo de saída de capitais do Brasil.

"Há cautela antes da votação (da denúncia contra Temer). Se os votos ficarem muito abaixo dos 263 da votação anterior, os mercados vão ficar tensos, pois nesse ambiente desfavorável a reforma da Previdência não passa nem com formato mais enxuto", afirmou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Na quarta-feira, o plenário da Câmara dos Deputados começa a votar a segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer, dessa vez por crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa.

O Palácio do Planalto concentrava seus esforços para assegurar os mesmos 263 de votos da primeira denúncia, e avisou aos parlamentares que, desta vez, as consequências de votar contra o presidente serão mais duras.

O placar, para o mercado, é importante por sinalizar o apoio que o governo tem no Legislativo para dar continuidade a medidas econômicas consideradas importantes pelo mercado, com destaque para a reforma da Previdência.