Economia

BC vê rombo de US$ 16 bilhões nas contas externas em 2017, o menor em 10 anos

Estimativa anterior para o déficit em transações correntes deste ano estava em US$ 24 bilhões

Por Fonte: G1 21/09/2017 16h57
BC vê rombo de US$ 16 bilhões nas contas externas em 2017, o menor em 10 anos
Reprodução - Foto: Assessoria

O Banco Central baixou de US$ 24 bilhões para US$ 16 bilhões sua estimativa para o rombo, neste ano, da conta de transações correntes, que engloba a balança comercial, os serviços e as rendas. A informação consta no relatório de inflação, divulgado nesta quinta-feira (21).

Se confirmado, o rombo de 2017 será o menor para a conta de transações correntes desde 2006, ou seja, em dez anos. Em 2006 o país registrou superávit de US$ 408 milhões.

No ano passado, o déficit em transações correntes somou US$ 23,5 bilhões. Já em 2015, o resultado negativo foi de US$ 58,88 bilhões.

A redução da estimativa para o déficit nas contas externas neste ano está relacionada, principalmente, com o resultado da balança comercial, informou o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Viana.

Para este ano, a previsão do BC é que o saldo da balança comercial fique positivo, ou seja, que as exportações brasileiras superem as importações, em US$ 61 bilhões. No ano passado, o resultado também foi positivo, mas menor: US$ 54 bilhões.

Ao mesmo tempo, a autoridade monetária informou que foi mantida em US$ 75 bilhões sua expectativa para o ingresso líquido de investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira neste ano. Com isso, a previsão é de que os investimentos estrangeiros continurão financiando o rombo das contas externas.

Ano de 2018

O Banco Central também estimou, no relatório de inflação, que as contas externas terão um rombo maior, de US$ 30 bilhões, em 2018. Essa foi a primeira vez que o BC estimou o déficit em conta corrente para o ano que vem.

Para 2018, a instituição estimou uma queda no superávit da balança comercial para US$ 51 bilhões, por conta de um "crescimento mais intenso" das importações (+12%) em relação às exportações (+4%), além de maiores despesas líquidas com serviços (+14%, para US$ 37,7 bilhões), destacando-se o aumento de despesas em viagens internacionais (+28%).

Mesmo asssim, o Banco Central estimou que o ingresso de investimentos estrangeiros diretos somará US$ 80 bilhões e, com isso, seguirá financiando o resultado negativo na conta de transações correntes.

"Para o ano que vem, a previsão é consistente com esse cenário e retomada da atividade econômica. É de se esperar que o superávit comercial se reduza um pouco. Essas mudanças todas continuam produzindo tanto para este ano quanto para o ano seguinte um nível de déficit em conta corrente baixo. São patamares muito confortáveis, principalmente se olharmos para o lado do financiamento [investimento direto]", declarou ele.