Economia
J&F acerta venda de sua participação na Alpargatas por R$3,5 bilhões
Batistas compraram a Alpargatas em 2015 do grupo Camargo Correa
A J&F Investimentos concordou em vender sua participação controladora na fabricante de calçados Alpargatas por 3,5 bilhões de reais para veículos de investimento das mais proeminentes famílias de banqueiros do Brasil.
Sob os termos do acordo, a Cambuhy Investimentos, a Itaúsa e o fundo Brasil Warrant vão dividir a fatia controladora de 86 por cento que a J&F detém na Alpargatas, de acordo com comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A esperada venda é a primeira feita pela J&F --holding da família Batista, controladores da JBS - desde um acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) em meio à uma investigação sobre corrupção da Operação Lava Jato.
Os recursos serão utilizados para pagar a dívida da J&F e acelerar os pagamentos de uma multa de 10,3 bilhões de reais no âmbito da investigação, disseram fontes à Reuters no domingo.
O valor da aquisição corresponde a 14,25 reais por ação ordinária e 11,40 reais por ação preferencial, informou a Alpargatas no documento enviado ao regulador.
A fabricante dos chinelos Havaianas viu suas ações dispararem mais de 50 por cento neste ano sob expectativas de uma venda. A empresa também é proprietária de outras marcas, como a Osklen.
A Itaúsa concentra investimentos das famílias Villela e Setubal, que controlam o Itaú Unibanco, ao passo que a Cambuhy pertence à família Moreira Salles, também grande acionista do banco.
A Itaúsa informou separadamente que pagará metade desse montante, ou 1,75 bilhão de reais, para ficar com uma fatia de 27,12 por cento do capital total da Alpargatas. A empresa pretende contratar dívida para realizar o investimento.
O Banco Bradesco BBI assessorou a J&F no acordo, e o JPMorgan Chase trabalhou com o consórcio de compradores.
Segundo fontes com conhecimento da situação, os irmãos Joesley e Wesley Batista utilizarão os recursos obtidos pela J&F na transação para pagar um empréstimo de 2,7 bilhões de reais que contraíram, para financiar uma aquisição, junto à Caixa Econômica Federal.
O empréstimo está sob investigação do Tribunal de Conta da União para potenciais irregularidades. Os irmãos assinaram o acordo de leniência em maio após admitirem terem subornado quase 1.900 políticos para obter condições favoráveis de empréstimos para seus negócios.
Os Batistas compraram a Alpargatas em 2015 do grupo Camargo Correa.
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