Economia
Maceió tem 2ª gasolina mais cara do NE e a 4ª do país, aponta ANP
Entre municípios alagoanos, capital também ocupa segunda colocação; Arapiraca pratica menor preço médio do Estado
Quer seja no comparativo nacional, regional e local, Maceió aparece nas primeiras colocações em relação ao preço da gasolina. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP) o valor médio de R$ 3,814 por litro do combustível é o quarto mais alto entre as capitais do país e o segundo mais caro do Nordeste.
Apenas as capitais Rio Branco (AC), com R$ 4,042, Rio de Janeiro (RJ), com R$ 3,879 e Fortaleza (CE) com R$ 3,829 por litro ficam à frente da capital alagoana. No acumulado entre os estados, Alagoas fica na quinta posição do ranking da ANP que aponta o preço médio do combustível praticado no estado a R$ 3,758.
Entre os municípios alagoanos pesquisados, Maceió fica em segundo lugar, atrás apenas de Delmiro Gouveia que tem o preço médio de R$ 3,977 por litro. Em Arapiraca, por exemplo, o preço médio segundo a ANP é R$ 3,529. Entretanto, é possível comprar gasolina por R$ 3,15 em alguns postos da cidade. A redução ocorreu após uma fiscalização da Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado de Alagoas (Procon-AL) iniciada após denúncias de consumidores e fez com que os donos de postos da região diminuíssem os valores.
Na cidade de Matriz de Camaragibe, o combustível pode ser encontrado a R$ 3,52 o litro. Nos municípios de Marechal Deodoro, Palmeira dos Índios, Rio Largo, Santana do Ipanema a gasolina pode ser encontrada de R$ 3,706 a 3,793.
A reportagem do jornal Tribuna Independente esteve em alguns postos da capital. Na Avenida Menino Marcelo, no trecho compreendido entre o Antares e a Serraria, os sete postos de combustíveis praticam o mesmo valor para a gasolina R$ 3,779.
CAPITAL
Pouca variação de preços entre postos é alvo de investigação
O preço elevado e a pouca variação entre os pontos de venda motivaram uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) instaurada na Câmara Municipal de Maceió (CMM) para apurar denúncias de suposto cartel na comercialização de combustíveis na capital.
Segundo o vereador Silvânio Barbosa, relator da comissão, o objetivo é investigar se há irregularidades na cobrança de valores considerados altos pelos consumidores.
“A CEI foi criada a partir de denúncias que esta casa recebeu sobre possível cartel no preço dos combustíveis em Maceió. Por outro lado, sempre dissemos que nossa intenção não é julgar ou culpar quem quer que seja antecipadamente. Sabemos que o setor gera muitos empregos e não é objetivo da comissão causar prejuízo. Porém, estamos a serviço do povo e existe uma insatisfação com a comparação de valores entre Maceió, o próprio Litoral Norte, que cobra gasolina mais barata, Arapiraca e outras capitais como Recife”, explica.
Antes do recesso da Câmara, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Alagoas (Sindicombustíveis-AL), James Thorp, foi ouvido pelos vereadores para explicar como ocorre a formação de preços que chega a ter diferença de R$ 0,05 de um posto para outro. Após o retorno dos trabalhos, em agosto, as distribuidoras também serão ouvidas.
O Sindicombustíveis-AL emitiu nota esclarecendo que não atua na regulação de preços aos consumidores, que segundo a entidade, é uma questão livre aos proprietários de postos.
“O mercado da revenda de combustíveis é completamente livre; a entidade não possui ingerência sobre os preços praticados pelos postos de combustíveis. Não acompanha os preços praticados pelos postos de combustíveis; não opina e nem interfere em questões relacionadas a preços”.
O comerciário Ezequiel de Oliveira, de 28 anos, usa sua motocicleta diariamente para o trabalho. Ele conta que gasta cerca de R$ 100 por mês para percorrer a distância entre o bairro do Feitosa onde mora até o Centro, onde trabalha.
“Comparado a outros estados, como o vizinho Pernambuco é uma diferença muito grande. Um amigo meu que mora lá sempre brinca comigo quando falamos sobre o assunto porque lá ele paga bem menos. E isso é absurdo”, reclama.
O economista e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Tierre Monart, explica que um dos fatores que compõe o preço do combustível é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que difere de um estado para o outro.
Segundo Monart, valores elevados prejudicam os consumidores de forma direta, quando há consumo do combustível e de forma indireta porque incidem nos valores de produtos e serviços locais.
“O maior prejuízo além do impacto financeiro direto, quando os consumidores precisam desembolsar um valor maior, é a implicação indireta no transporte de produtos e valores de serviços que dependem de combustíveis. De todas as formas há prejuízo ao consumidor”, explica o economista.
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