Economia
Bolsa sobe 0,56% em movimento de ajuste, mas cautela com política limita ganhos
Ibovespa fechou em alta de 0,56 por cento, a 62.017 pontos
O principal índice da bolsa paulista fechou em território positivo nesta quarta-feira, recuperando um pouco do fôlego após perder o patamar de 62 mil pontos na véspera, mas com o movimento limitado pela persistente cautela com a cena política e à espera de novidades sobre o rumo das reformas no Congresso Nacional.
O Ibovespa fechou em alta de 0,56 por cento, a 62.017 pontos. O giro financeiro somou 5,82 bilhões de reais.
Investidores aguardavam ainda para esta quarta-feira a apreciação da proposta de reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na véspera, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que a medida deverá ser votada na semana que vem pelo plenário do Senado.
"O mercado está em compasso de espera por essa reforma... Se for aprovada a bolsa deve ganhar algum fôlego e subir, mas e depois? A economia ainda está muito fraca, é difícil dizer que só isso vai ser suficiente para mudar o patamar (da bolsa)", disse o gerente de renda variável da corretora H.Commcor Ari Santos.
As discussões em torno da reforma Trabalhista acontecem em meio à crise que atinge o Planalto, tendo no mais recente capítulo a denúncia contra o presidente Michel Temer apresentada pela Procuradoria-Geral da República pelo crime de corrupção passiva. Nesta quarta-feira, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu enviar diretamente para a Câmara dos Deputados a denúncia contra Temer para que os parlamentares decidam se autorizam ou não o julgamento do recebimento da acusação criminal.
DESTAQUES
- VALE PNA subiu 2,02 por cento e VALE ON avançou 3,12 por cento, em mais uma sessão de fortes ganhos para os contratos futuros de minério de ferro na China.
- CSN ON teve alta de 3,77 por cento, GERDAU PN teve valorização de 3,01 por cento e USIMINAS PNA ganhou 2,97 por cento, refletindo o bom desempenho para os contratos de minério de ferro e de aço na China.
- KROTON ON subiu 5,67 por cento, entre os destaques positivos do Ibovepa, enquanto acontecia o julgamento pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do processo de fusão com a ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES ON, que fechou em baixa de 0,68 por cento. No pior momento do dia, os papéis caíram 1,87 e 4,39 respectivamente, diante da expectativa de que o Cade rejeitasse o acordo. Mais cedo, uma fonte disse à Reuters que o Cade votará pela reprovação da operação, uma vez que os conselheiros não aceitariam o remédio negociado entre as empresas e a relatora Cristiane Alkmin.
No entanto, segundo operadores, o desempenho dos papéis melhorou durante a tarde, conforme a relatora lia seu parecer e o mercado começava a ver em seus comentários a possibilidade de aprovação da fusão, com condições diferentes das que vinham sendo levantadas anteriormente.
- CEMIG PN avançou 4,68 por cento, tendo como pano de fundo a informação de que a empresa recebeu oferta da chinesa State Power para comprar a participação da elétrica mineira na Madeira Energia, na usina hidrelétrica de Santo Antônio. Para a equipe do BTG Pactual, o anúncio é positivo "em termos de confiança" por mostrar que o plano de desinvestimento da elétrica mineira está andando.
- BRADESCO PN subiu 0,84 por cento, ajudando o tom positivo do índice devido ao peso dos papéis em sua composição, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN, também de grande relevância no Ibovespa, fechou praticamente estável, com variação negativa de 0,03 por cento.
- PETROBRAS PN caiu 1,06 e PETROBRAS ON perdeu 0,85 por cento cada, apesar da alta nos preços do petróleo no mercado internacional, com os papéis da petrolífera ainda sob pressão diante do cenário político conturbado.
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