Economia

Contas externas têm maior superávit para meses de maio em 23 anos

No mês passado, conta de transações correntes registrou saldo positivo de US$ 2,88 bilhões

Por G1 27/06/2017 19h53
Contas externas têm maior superávit para meses de maio em 23 anos
Reprodução - Foto: Assessoria
As contas externas voltaram a ficar no azul em maio, quando foi registrado um superávit de US$ 2,88 bilhões, informou o Banco Central nesta terça-feira (27). Foi o terceiro mês seguido de resultado positivo.

Esse também foi o melhor resultado para meses de maio desde o início da série histórica do Banco Central, em 1995. Deste modo, foi o melhor mês de maio em 23 anos.

A conta de transações correntes é formada pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).

O bom resultado das contas externas em maio está relacionado, novamente, com o saldo positivo da balança comercial brasileira que, em maio passado, apresentou o melhor resultado da série histórica do Ministério da Indústria para o mês.

Acumulado do ano

No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, porém, as contas externas registraram déficit de US$ 616 milhões. Apesar do resultado negativo, ele foi bem menor que o registrado no mesmo período do ano passado, quando totalizou US$ 5,99 bilhões.

O chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, dise que o déficit em transações correntes, no acumulado deste ano, é o melhor resultado para este período desde 2007.

Para todo o ano de 2017, o Banco Central revisou para US$ 24 bilhões sua projeção para o déficit em transações correntes, que antes estava em US$ 30 bilhões.

No ano passado, o rombo das contas externas somou US$ 23,5 bilhões, melhor resultado para um ano fechado desde 2007.

Investimento estrangeiro

O Banco Central também informou nesta terça-feira que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira atingiram US$ 2,92 bilhões em maio, com queda frente ao mesmo mês do ano passado, quando os investimentos totalizaram US$ 6,14 bilhões.

No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, porém, houve crescimento dos investimentos estrangeiros: US$ 32,45 bilhões, contra US$ 29,91 bilhões no mesmo período do ano passado. Esse resultado foi influenciado pelo aporte recorde de investimentos estrangeiros em janeiro.

Para 2017, o Banco Central manteve em US$ 75 bilhões sua estimativa para os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira. Deste modo, os investimentos continuariam suficientes para "financiar" em sua totalidade o déficit das contas externas do período – cuja estimativa do BC é de US$ 24 bilhões neste ano.

Componentes das contas externas

Os números do BC revelam que o bom resultado das contas externas em maio deste ano está relacionado principalmente com a melhora do resultado da balança comercial.

No mês passado, a balança comercial registrou um superávit (exportações maiores que importações) de US$ 7,41 bilhões. No mesmo período de 2016, a balança teve um superávit menor: de US$ 6,22 bilhões.

Para 2017, o BC subiu de US$ 51 bilhões para US$ 54 bilhões a sua estimativa para o saldo positivo da balança comercial.

Em maio deste ano, a conta de serviços, na qual estão inseridos os gastos de brasileiros no exterior, registrou um déficit de US$ 2,47 bilhões, contra um resultado negativo de US$ 2,48 bilhões no mesmo período de 2016.

O BC baixou de US$ 36,7 bilhões para US$ 34 bilhões a estimativa de déficit para conta de serviços neste ano.

Ao mesmo tempo, as chamadas "rendas primárias", compostas, entre outros, pelas remessas de juros e lucros ao exterior, tiveram um déficit de US$ 2,26 bilhões em maio neste ano, contra um resultado negativo de US$ 2,82 bilhões no mesmo período do ano passado.

Para a conta de rendas, o BC baixou de US$ 47,6 bilhões para US$ 46,8 bilhões sua previsão de déficit para o ano de 2017.