Economia
Prévia da inflação oficial fica em 0,16% e é a menor para junho desde 2006
A taxa de junho ficou bem abaixo da registrada em maio, que foi de 0,24%; Não havia resultado tão baixo para o mês há 11 anos, quando ficou em -0,15%
A prévia da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), atingiu 0,16% na primeira quinzena de junho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi a menor taxa para o mês desde 2006.
No ano, o indicador acumula alta de 1,62%. Já nos últimos 12 meses, a taxa chega a 3,52% - a menor para junho desde 2007, quando o acumulado em 12 meses ficou em 3,44%.
Segundo o IBGE, os grupos de alimentação e bebidas e transportes, responsáveis por quase metade das despesas dos brasileiros, foram os principais fatores que influenciaram o resultado de junho. Alimentação e bebidas tiveram queda de 0,47% enquanto transportes caiu 0,10%.
O impacto mais intenso foi do grupo de alimentos (-0,12 ponto percentual), que tem participação de 26% nas despesas das famílias. Já o grupo de transportes, que representa 18% das despesas, teve impacto negativo de -0,12 p.p.
O IBGE destacou também que a queda nos preços dos alimentos foi ainda mais intensa quando considerados os produtos comprados para consumo em casa, que chegaram a ficar 0,83% mais baratos.
Todas as regiões do país pesquisadas pelo instituto registraram queda no preço dos alimentos. A menor queda foi em Goiânia (-0,14%) e a maior na Região Metropolitana de Fortaleza (-1,92%).
A maioria dos produtos alimentícios ficaram mais baratos de maio para junho. Segundo o IBGE, os principais destaques foram o tomate (-12,41%), as frutas (-7,20%), o óleo de soja (-3,85%), os pescados (-2,93%) e o arroz (-1,70%).
Já a alimentação fora de casa teve alta média de 0,19%. Algumas regiões tiveram queda, como a de Salvador (-0,94%). Já em Curitiba, por exemplo, a alta chegou a 1,08%.
Nos transportes, a queda de 0,10% foi influenciada pelos preços dos combustíveis, que caíram 0,66%, especialmente pelo etanol, que atingiu -2,05%, sendo que a gasolina ficou em -0,37%. Caíram, também, as tarifas dos ônibus interestaduais (-0,95%), enquanto as passagens aéreas aumentaram 6,83%.
Despesas mais altas
Segundo o IBGE, os gastos com habitação ficaram mais caros em junho por conta da energia elétrica. Embora no 1º dia do mês tenha ocorrido a substituição da bandeira tarifária da bandeira vermelha pela verde – que representa redução de R$3,00 a cada 100 kwh consumidos - já não foi aplicado sobre as contas o desconto determinado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em maio.
Também exerceu pressão sobre os gastos com habitação o aumento na taxa de água e esgoto (1,57%), condomínio (1,14%) e artigos de limpeza (0,84%).
Na taxa de água e esgoto, as pressões foram exercidas por Brasília (1,39%), com reajuste de 3,10% em primeiro de junho; pela região metropolitana de Salvador (5,00%), onde o reajuste foi de 8,80% em 06 de junho; e na região metropolitana de Curitiba (10,80%), cujo reajuste de 8,53% está vigente desde o dia 18 de maio. As regiões de Salvador e Curitiba refletiram, também, revisão na metodologia de cobrança nas contas.
Metodologia
Para o cálculo do IPCA-15, o IBGE coletou informações dos preços no período de 16 de maio a 13 de junho de 2017. Os dados foram comparados com os levantados entre 13 de abril a 15 de maio de 2017. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
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