Economia
Oi perde 11,5% dos clientes de celular após processo de recuperação judicial
Entre junho de 2016 e abril deste ano, operadora foi a que mais perdeu clientes de telefonia móvel, indicam dados da Anatel. Para presidente da Oi, isso não tem relação com processo de recuperação
Desde que entrou com pedido de recuperação judicial, há um ano, a Oi viu a sua base de clientes de telefonia móvel "encolher" 11,5%, de acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A perda da Oi na telefonia celular foi a maior entre as quatro principais operadoras do Brasil (Vivo, TIM, Claro e Oi). A empresa, aponta a Anatel, também foi a que menos ganhou clientes no serviço de banda larga fixa no período (veja mais informações abaixo nesta reportagem).
Para chegar a esse resultado, o G1 comparou o número de clientes de cada uma das operadoras em junho de 2016, quando a Oi entrou com pedido de recuperação judicial, e em abril de 2017, dado mais recente disponibilizado pela Anatel.
Os números da Anatel mostram que a Oi perdeu 5,5 milhões de clientes de telefonia celular, 11,5% da sua base, entre junho de 2016 e abril de 2017.
No mesmo período, o número de clientes da Claro caiu 6,31% e, o da TIM, encolheu 4,12%. A Vivo viu a base aumentar em 1,05%.
Para comparar, entre junho de 2015 a abril de 2016 a Oi foi a empresa que menos perdeu clientes na telefonia celular: 5,06%, segundo dados da Anatel. A Claro registrou queda de 8,96%, a TIM de 11,02% e, a Vivo, de 11,35%.
O presidente da Oi, Marco Schroeder, afirmou, em entrevista ao G1, que a queda no número de clientes de telefonia celular não tem relação com o processo de recuperação judicial.
Para o presidente da Anatel, Juarez Quadros, a situação reflete a perda de competitividade da operadora, que tem investido menos que suas concorrentes. (veja mais abaixo nesta reportagem).
Banda larga fixa
Os números da Anatel mostram também que a Oi foi, entre as grandes operadoras, a que menos expandiu a base de clientes no serviço de banda larga fixa, entre junho de 2016 e abril de 2017.
Enquanto o grupo Telecom Américas, que reúne Claro, Net e Embratel, aumentou o número de acessos em 3,53% no período e a Telefônica ampliou sua base em 1,32%, a Oi cresceu 0,57%.
O pedido de recuperação judicial da Oi foi o maior registrado no Brasil, envolvendo mais de R$ 60 bilhões em dívidas. A Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido em 29 de junho. Até o momento, porém, não houve acordo entre a operadora e seus credores sobre o pagamento da dívida bilionária.
Nesse intervalo, a Oi registrou disputas societárias e o governo já anunciou que prepara uma medida provisória que permitirá intervenção em todas as empresas do grupo, caso seja necessário.
O que dizem a Oi e a Anatel?
Para o presidente da Anatel, Juarez Quadros, o encolhimento da Oi na telefonia móvel está relacionado à queda nos investimentos desde que a empresa entrou com pedido de recuperação judicial.
"Hoje, o investimento que a companhia faz é insuficiente, tem sido insuficiente para manter a empresa. Enquanto empresas do mesmo porte fazem, por ano, perto de R$ 10 bilhões de investimentos, a Oi não está fazendo nem R$ 4 bilhões. Está abaixo do necessário e, com isso, perde valor. Perde valor porque ela perde competitividade", afirmou Quadros.
O presidente da Oi, Marco Schroeder, admitiu que o investimento ficou aquém do desejável no ano passado, mas atribui isso à crise econômica no Brasil.
"Tanto que os meus competidores reduziram [os investimentos também]", disse
Schroeder negou relação entre a perda de clientes da telefonia celular e a recuperação judicial. Segundo ele, uma pesquisa feita pela empresa mostrou que o cliente do varejo não sabe o que é recuperação judicial. Ele apontou, porém, que o processo preocupa os clientes corporativos.
"A gente está tratando com transparência esse cliente [corporativo], mostrando que a gente continua investindo em qualidade. Então, com esses a gente tem até umas conversas sobre o processo de recuperação judicial", disse.
Schroeder afirmou ainda que a Oi registrou a maior queda na telefonia celular porque é, entre as operadoras, a que tem a maior base de clientes pré-pagos e estes foram os mais afetados pela crise.
Os números da Anatel mostram que a Oi foi a operadora que mais encolheu no mercado pré-pago, mas também foi a que menos cresceu no pós-pago, entre junho de 2016 e abril de 2017.
No pré-pago, a Oi perdeu 14,76% dos clientes, contra uma redução de 11,9% da Claro, de 8,60% da TIM e de 3,99% da Vivo.
No mercado pós-pago, a Oi cresceu 2,45% no período, enquanto a Vivo ampliou sua base em 7,7%, a Claro em 9,4% e a TIM em 12,22%.
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