Economia
Credores desbloqueiam 8,5 bilhões de euros de ajuda à Grécia
País precisava de fundos para enfrentar a devolução de € 7 bilhões a credores em julho, mas se negava a aceitá-los sem concretizações sobre o alívio de sua dívida
"Com prazer, anuncio que fechamos um acordo sobre todos os elementos", indicou o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, após uma reunião em Luxemburgo, da qual participou a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.
A Grécia necessitava com urgência de novos fundos para enfrentar a devolução de 7 bilhões de euros a seus credores em julho, mas se negava a aceitá-los sem concretizações sobre o alívio de sua dívida.
Resolver a equação não era fácil. Os europeus queriam a participação econômica do FMI no atual plano de resgate de 86 bilhões de euros antes de desbloquear uma nova parcela.
Mas esta instituição também queria, antes, concretizações sobre os compromissos dos europeus com a redução da "insustentável" dívida grega, que alcança 179% do PIB, um pedido que se chocava com o principal credor, Alemanha.
Berlim, que enfrenta uma eleição legislativa em setembro, mostrava-se reticente a detalhar eventuais medidas de alívio para a Grécia, impopulares na Alemanha, mas queria a participação do FMI no plano atual, vigente até 2018.
A chave do compromisso alcançado na reunião de ministros das Finanças da zona do euro, com o qual a Grécia ganhou um certo grau de clareza sobre a redução de sua dívida, veio das mãos da França.
O alívio da dívida "será levado a cabo ao fim do programa, condicionado à sua implementação bem-sucedida" em 2018, explicou o presidente do Eurogrupo.
'Segunda melhor' soluçãoEstas "precisões", como havia anunciado Dijsselbloem antes do encontro, parecem ter convencido tanto Atenas, que havia ameaçado vetar o acordo, quanto Lagarde, que irá propor ao FMI contribuir com o plano atual, com condições.
O desembolso dos 2 bilhões de dólares anunciado pela diretora-gerente acontecerá apenas quando os europeus tiverem acertado formalmente um alívio da dívida. "Ninguém diz que é a melhor solução. É a segunda melhor", assinalou Lagarde em entrevista coletiva.
"Conseguimos fechar um acordo global que permitirá à Grécia virar a página de um período difícil", comemorou em entrevista coletiva o comissário europeu de Assuntos Financeiros, Pierre Moscovici.
Após anos de crise, a economia grega, cuja taxa de desemprego atingiu em fevereiro 23,2%, segundo o escritório europeu de estatísticas, poderia crescer em 2017 2,1%, segundo previsões de maio da Comissão Europeia, que reduziu em 0,6% sua projeção anterior.
Com a decisão, os europeus evitam a repetição da situação vivida em julho de 2015, quando foi aprovado o terceiro plano de ajuda, que levou a zona do euro à beira do abismo e a Grécia à beira da saída da eurozona.
Também representa um alívio para uma União Europeia cujas autoridades discutirão, em reunião de cúpula na próxima semana, as crises recentes do bloco: a migratória, o Brexit e os atentados terroristas.
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