Economia

Dólar fecha em alta após encostar em R$ 3,33, com temores sobre cenário político

Moeda norte-americana subiu 0,59%, a R$ 3,3115 na venda

Por G1 12/06/2017 17h46
Dólar fecha em alta após encostar em R$ 3,33, com temores sobre cenário político
Reprodução - Foto: Assessoria
O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (12), com temores dos investidores com a cena política brasileira e o andamento das reformas no Congresso Nacional, segundo a Reuters.

A moeda norte-americana subiu 0,59%, a R$ 3,3115 na venda. Trata-se da maior cotação de fechamento desde 18 de maio (R$ 3,389).

Na máxima do dia, a moeda norte-americana atingiu R$ 3,3278, maior cotação intradia desde 19 de maio (R$ 3,3471).

No mês, o dólar acumula alta de 2,32% e no ano, de 1,9%.

"Ainda é difícil ser muito otimista diante de novas batalhas que virão", informou a corretora Guide em comentário a investidores.

O novo desafio para o governo do presidente Michel Temer passa pelo PSDB agora. O partido se reúne nesta tarde para definir se continua na base governista depois que Temer foi absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na sexta-feira.

De modo geral, os tucanos têm dito que, mesmo que eventualmente saiam do governo, ainda vão manter o apoio às reformas. Para o mercado financeiro, sobretudo a aprovação da reforma da Previdência é fundamental, ainda segundo a Reuters, porque é essencial para colocar as contas públicas em ordem.

O mercado também trabalhava com a expectativa de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, possa denunciar Temer no Supremo Tribunal Federal (STF), onde o presidente já é investigado por crime, entre outros, de corrupção passiva.

Outro motivo de cautela do mercado eram os desdobramentos da denúncia de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pode ter sido acionada por Temer para vasculhar a vida do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.

No final de semana, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, fez duras críticas à possibilidade de espionagem contra Fachin e classificou a denúncia como "gravíssimo crime".

"O mercado está enxergando que não é tão interessante ficar vendido em dólar. Há o temor de Temer ficar mais preocupado em se segurar no cargo do que em governar", comentou à Reuters o operador de câmbio de uma corretora nacional.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais - equivalente à venda futura de dólares - para rolagem dos contratos que vencem julho. Com isso, já rolou US$ 2,050 bilhões do total de US$ 6,939 bilhões que vence no mês que vem.

No mercado internacional, o dólar recuava recuava ante uma cesta de moedas e divisas como o rand e lira turca antes da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, na quarta-feira, quando deve elevar os juros novamente.