Economia
Dólar termina o mês de maio em alta em meio à crise política
No mês, a alta foi de quase 2%; nesta terça, o dólar fechou em queda de 0,79%, a R$ 3,2364
O dólar terminou o mês de maio em alta de 1,94%, em meio à eclosão da crise política após a divulgação das delações da JBS, que atingiram o governo de Michel Temer. Nesta terça-feira (31), o dólar fechou em queda de 0,79%, a R$ 3,2364.
Maio foi o terceiro mês seguido de alta do dólar, período no qual acumulou valorização de 3,95%. No ano até agora, o dólar acumula leve queda de 0,41%.
O mercado monitora os rumos do cenário político em busca de pistas sobre o rumo das reformas econômicas em análise no Congresso, especialmente a da Previdência e a trabalhista, diante de uma eventual saída de Temer da presidência da República.
O dólar começou o mês de maio abaixo de R$ 3,20. No dia 18, logo após a divulgação da primeira notícia sobre o envolvimento de Temer nas delações da JBS, a moeda subiu 8,15%, na maior alta diária em 18 anos, a R$ 3,389. No mesmo dia, o dólar para turismo chegou a ser vendido acima de R$ 4.
Segundo o economista chefe da Bloomberg Intelligence para à América Latina, Marco Maciel, a preocupação é que "o aumento do ruído político e a perspectiva de uma longa e demorada solução" possam atrasar a aprovação da reforma da Previdência, cenário que manteria o câmbio no patamar de R$ 3,30.
"Se a votação sobre a reforma da Previdência social for interrompida devido a um longo processo de impeachment, a taxa de câmbio poderia aproximar-se de R$ 3,5 por dólar", complementa Maciel.
O economista Alexandre Cabral, professor da professor da Labfin-FIA, destaca no entanto que a alta mensal ficou longe dos valores acumulados vistos logo nos dias que se seguiram à divulgação das primeiras notícias sobre as delações. Isso aconteceu, especialmente, pela intervenção do Banco Central no câmbio, além das tentativas do governo de manter as votações no Congresso.
"Quem olha o mês fechado vê um mês comum. Tivemos o evento e o BC atuou na hora, com 4 dias seguidos de leilão. Junto a isso, Temer mostra força no Congresso", resume Cabral.
Em meio aos dias de pânico nos mercados, o Banco Central informou que estaria monitorando o impacto das informações divulgadas e que atuaria "para manter a plena funcionalidade dos mercados".
Queda nesta sextaNesta sexta, o dólar fechou em baixa, em dia marcado pela formação da Ptax, taxa calculada pelo Banco Central no fim do mês, mas com investidores ainda atentos aos desdobramentos da crise política.
"Não tem fato novo, nem positivo nem negativo, daí a formação da Ptax se sobressair", afirmou mais cedo à Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
No exterior, o mercado repercutiu nesta sexta indicadores positivos do mercado de trabalho na zona do euro e pesquisas indicando que o partido de Theresa May deve se enfraquecer nas eleições no Reino Unido, segundo relatório da área de análise da XP Investimentos. O dia também é marcado por queda nos preços do petróleo, com investidores duvidando da capacidade de acordo da Opep de segurar a oferta da commodity.
O BC não anunciou qualquer intervenção no mercado cambial para esta sessão. Na véspera, o BC conclui a rolagem dos contratos de swap cambial tradicional - equivalente à venda futura de dólares - que vencem em junho,no total de US$ 4,435 bilhões de dólares. Em julho, vencem outros US$ 6,939 bilhões em swap cambial tradicional, destaca a agência Reuters.
O BC não anunciou também leilão de linha, venda de dólares no mercado à vista com compromisso de recompra. A última vez que fez essa ação foi em 31 de março.
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