A manifestação de apoio dos presidentes da Câmara e do Senado às reformas da Previdência e trabalhista é uma “indicação a todos da maior importância” de que as medidas devem ser aprovadas, disse nesta terça-feira (30) o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “Isso mostra a consciência nacional e a consciência do Congresso de que precisamos fazer as reformas fundamentais para o Brasil crescer".

A declaração foi feita no Fórum de Investimentos Brasil 2017, realizado em São Paulo. No mesmo evento, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), prometeram apoio para aprovar no Congresso Nacional as reformas previdenciária e trabalhista propostas pela gestão de Michel Temer.

“Todas as reformas já feitas neste ano e todas as reformas que ainda serão implementadas – evidentemente a da Previdência e a trabalhista, e a reforma tributária, que começa a ser discutida –, tudo isso vai dar condições para a economia crescer e aumentar gradualmente a taxa de crescimento potencial do país”, defendeu Meirelles.

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, também participou do evento e havia dito que a expectativa era que a reforma trabalhista seja aprovada ainda nesta semana. "Temos confiança que ainda nesta semana a [reforma] trabalhista será aprovada no Senado." O ministro defendeu ainda a necessidade de aprovação da reforma da Previdência.

No entando, ainda nesta terça, um acordo entre senadores da base governista e da oposição adiou a votação do relatório da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Com o entendimento, a votação do relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) que estava prevista para esta terça icou para a próxima semana, no dia 6. O relatório é favorável à aprovação do projeto.

Em meio à crise política enfrentada pelo governo Temer após a divulgação das delações da empresa JBS, Oliveira disse que “o governo tem demonstrado força positiva e principalmente força de decisão”. “Não há nenhuma dúvida do caminho que nós seguiremos que é o caminho das reformas.”

O presidente Michel Temer, que também estava presente no evento, afirma que a economia já voltou a crescer. “Tratamos do que há de fundamental na economia, que é o equilíbrio das contas. A inflação, que chegara a níveis alarmantes, já está sob controle, abaixo do centro da meta. Esperava-se que isso fosse ocorrer no segundo semestre do ano, e deu-se muito antes em face da confiança e credibilidade que o país em pouquíssimo tempo adquiriu”, disse o presidente, acrescentando que o recuo da inflação “permite a queda dos juros”.

Temer também defendeu a necessidade de aprovação da reforma da Previdência. “As regras atuais, convenhamos, são injustas”, afirmou, apontando que há “privilégios inaceitáveis”.

O presidente declarou ainda ainda que dizer que a reforma irá “tirar direitos dos pobres” é uma “alegação equivocada, imaginando que nós possamos tirar direitos de quem já adquiriu”.

Ele ainda defendeu a necessidade da reforma trabalhista. “A trabalhista e a reforma previdenciária são indispensáveis para aumentar a credibilidade e a confiança no nosso país”.

Meirelles disse que o Brasil já oferece as condições para que os investimentos sejam retomados, citando a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos à inflação. “No momento em que a dívida pública tem uma trajetória sustentável, como consequência do controle dos gastos públicos, nós passamos a ter as condições necessárias para os investimentos”.

Dyogo Oliveira também falou sobre o tema. “A hora certa para investir não é quando se está no pico, é quando está começando a subir o pico. E esse momento é agora.”