Economia
Mulher é pioneira na fabricação de cerveja artesanal em Alagoas
Há cerca de 4 anos, Lara Nono instalou a primeira fábrica de cerveja artesanal do estado e montou sua própria marca; Hoje, Alagoas conta com duas fábricas e 4 marcas.
Quem ainda costuma acreditar que cerveja é coisa para homem, nem deve imaginar que foi uma mulher a pioneira na fabricação de cerveja artesanal aqui em Alagoas. Lara Nono, proprietária de uma microcervejaria, montou a primeira fábrica do segmento em Maceió.
“A fabricação de cerveja artesanal vem crescendo cada vez mais aqui no estado. No início houve uma resistência do público, pelo preço da cerveja e pelo sabor mais consistente. Mas com o tempo, as pessoas vão descobrindo que vale a pena pagar por algo de mais qualidade e, com isso, o mercado vem crescendo. Hoje temos duas fábricas no estado e quatro marcas, além de mais de cem pessoas que fabricam em casa”, avaliou Lara Nono.
A tendência, de acordo com a empresária, é beber menos, porém melhor. Em Alagoas o mercado tem crescido com a mudança do padrão de consumo e das escolhas dos degustadores. Lara ainda é a única mulher no ramo.
Em grandes festas como casamento, confraternização de final de ano, bailes de carnaval, festas coletivas de São João, e até em algumas pequenas festas particulares, podemos encontrar o chope elaborado de forma manual.
Classificada como uma boa fonte de negócio pelos apaixonados pela bebida, embora ainda tímida no Estado, os primeiros passos são promissores na visão de empreendedores do setor.
Rafael Rolim destacou que quando chegou a Maceió já gostava de cerveja e resolveu montar uma loja. Ele frisou que o consumo aumentou bastante, e que sempre teve mercado para a cerveja caseira, só que não era muito falado antes, mas agora virou ‘moda’.
“Digo que não seja mais tendência, o mercado veio e ficou, o negócio agora é só crescer”, destacou. “Para trabalhar com cervejaria é preciso conhecer bem o mercado e o produto; por se tratar de uma venda técnica, deve-se beber bastante, não em quantidade, mas para conhecer e depois fazer a venda”. “Não é simplesmente montar uma loja porque está vendendo muito e as pessoas estão ganhando dinheiro”, alertou.
De olho
Mercado engatinha, mas já ocupa bom espaço nas comemorações
O país tem atualmente mais de 200 microcervejarias artesanais; em Alagoas, no entanto, o mercado é mais recente, e a primeira fábrica chegou em 2014, se instalando no Polo Multissetorial Luiz Cavalcante, no Tabuleiro do Martins, na capital.
A empresária Isabel Pinheiro, proprietária de um dos mais conceituados buffets de Alagoas, é enfática ao afirmar que a cerveja artesanal chegou para ficar. Ela mencionou que em metade das contratações de festas pelo Estado, a opção é pela cerveja artesanal. “Super indico, o mercado tem crescido e muito, quem experimenta não deixa de tomar, as pessoas procuram qualidade e encontram. A aceitação está sendo excelente, não sei do custo porque é o cliente que compra, mas o valor é mais alto que a de outras marcas, porém volto a repetir, a qualidade realmente faz toda a diferença no paladar”, considerou.
DURABILIDADE
Rafael Rolim, explicou que, a duração da cerveja artesanal chega a cerca de 30 dias, mas dependo do teor alcoólico pode estender seu prazo de validade. “Isso é para uma cerveja de pouco álcool, para aquelas com alto teor alcoólico chamadas de cervejas de ‘guarda’ – quanto mais tempo fechada melhor fica, acima de 10% de álcool mais ou menos. O teor depende de quem faz e, do estilo”, lembrou.
Custando aproximadamente três vezes o valor de uma cerveja ‘convencional’, a artesanal atrai degustadores que ao provar se apaixonam e não a largam mais. Beber menos, mas com qualidade tem feito a cabeça dos consumidores que gostam de cerveja. “Depois que a gente bebe uma cerveja artesanal é muito difícil voltar a tomar cerveja de outras marcas, a gente nota a qualidade, mesmo aqueles que não entendem de cerveja. O valor é cobrado pela qualidade dos produtos, que são de primeira, e frescos”, ressaltou Rolim.
MANUAL
A produção da cerveja artesanal é composta por quatro elementos básicos: malte, levedura, lúpulo e água. O lúpulo, segundo o produtor e comerciante, é que dá o amargor na cerveja e proporciona também o cheiro, o componente não é colhido no Brasil, por conta do clima desfavorável; depois vem o fermento onde é feito a calda doce, o malte - produto que resulta da germinação artificial e posterior dessecação da cevada ou de outros cereais usado para a produção de cerveja e 90% de água.
Juntado todos os componentes é feito uma fervura com o luplo, resfria a cerveja porque quanto mais rápido esfriar melhor, coloca no balde de fermentação, a depender da cerveja passa um período de 21 dias até a conclusão e ingestão. As cervejas artesanais são bem mais encorpadas resultante de um teor alcoólico maior, ou seja, bebe-se menos só que melhor. “Não precisa tomar um ‘caminhão de cerveja’ para ficar bêbado basta tomar duas garrafas da artesanal para ficar tonto, digamos assim”, concluiu.
PROCESSO BIOTECNOLÓGICO
Lara Nonô explica que em qualquer processo biotecnológico industrial, o elemento principal é o reator, pois nele podemos obter transformações desejadas, devidamente controladas. No caso da cerveja artesanal, para que o resultado desejado seja atingido, outras operações devem ser atentamente consideradas, como os tratamentos iniciais e os tratamentos finais.
“Quando os agentes das transformações que ocorrem no reator são enzimas, ou células mortas ou inativas – que neste caso servem como suporte das enzimas -, o processo se chama enzimático. Quando os agentes são microrganismos vivos, de modo que as reações se desenvolvam no reator são consequências da atividade vital das células microbianas, o processo é denominado ‘processo fermentativo”, detalhou a empresária.
Para os fabricantes de Alagoas, quem procura investir em um mercado inovador - que promete crescer cada vez mais - ou simplesmente produzir sua própria bebida em casa, a cerveja artesanal demonstra ser uma das melhores opções.
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