Economia
Ambev vende mais cerveja no Brasil, mas tem queda de lucro no 1º trimestre
Patrocínio do Carnaval de rua pelas marcas Skol e Antarctica, avanços no mercado de cerveja premium e venda de mini garrafas retornáveis puxaram alta nas vendas
"Os volumes totais aumentaram 3,4% no trimestre, apesar da contínua retração do ambiente macroeconômico. Estimamos que os volumes da indústria de cerveja declinaram um dígito baixo. O premium continuou a crescer, com aumento de volume em dois dígitos", informou a Ambev.
A Ambev teve lucro líquido ajustado de R$ 2,316 bilhões entre janeiro e março deste ano, 20,1% menor do que o registrado no mesmo período de 2016 e abaixo das expectativas do mercado no primeiro trimestre. O crescimento de custos ofuscou volumes maiores de vendas.
O custo dos produtos vendidos por hectolitro no Brasil subiu 29,1% na comparação anual, para R$ 96,90, enquanto a receita líquida aumentou 0,6% na mesma base, para R$ 228,90 por hectolitro, de acordo com o material de divulgação do balanço.
Patrocínio do CarnavalA Ambev destacou as ações de patrocínio ao Carnaval de rua nas principais cidades brasileiras como um dos motivos para o aumento das vendas de cerveja.
"Skol e Antarctica elevaram a experiência de verão ao assumir uma posição de liderança durante o Carnaval, patrocinando o Carnaval de rua em mais de 40 cidades e alcançando mais de 35 milhões de pessoas através de uma completa ativação 360º", disse a empresa, em comunicado.
As vendas de cerveja premium do portfólio global da Ambev também cresceram em ritmo acelerado, segundo a companhia. O destaque foi o avanço da marca Budwieser, que teve um aumento de vendas de cerca de 30% no período.
A companhia também citou o avanço das vendas de mini garrafas retornáveis, que teve crescimento de dois dígitos no primeiro trimestre, como uma das apostas da companhia que levou ao aumento das vendas.
Receita líquidaJá a receita líquida caiu 2,8% frente ao 1º trimestre do ano passado, para R$ 11,24 bilhões. Em termos de volume total, a Ambev apresentou crescimento de 2,6% ante o primeiro trimestre do ano passado, para 27,5 bilhões de hectolitros (unidade de volume equivalente a 100 litros). Esse mercado também considera outras bebidas, como refrigerantes e sucos, além de cerveja.
Para 2017, a Ambev espera uma continuidade no aumento de custos por hectolitro. A estimativa é que os custos ainda subam mais de 10% no primeiro semestre e se mantenha estável ou suba menos no segundo semestre.
O presidente-executivo da AB Inbev, Carlos Brito, disse a analistas nesta quinta-feira que a empresa vem sofrendo com o aumento de impostos, principalmente o ICMS, mas deve seguir a visão de longo prazo de repassar preços em linha com inflação, embutindo também o aumento de tributos.
A expectativa é de crescimento estável da receita no Brasil em 2017, afirmou Brito.
A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 4,356 bilhões de janeiro a março, uma cifra 17,3% menor ante igual período de 2016 e inferior aos R$ 4,932 bilhões apontados por analistas ouvidos pela Thomson Reuters.
Desconsiderando depreciação e amortização, as despesas gerais e administrativas da empresa no país cresceram 1,5%, para R$ 1,82 bilhão.
Mercado internacionalEm relação às operações internacionais, a empresa vê tendência positiva de volumes de cerveja na América Latina, mas segue cautelosa com o ambiente macroeconômico na Argentina.
Para América Central e Caribe, a Ambev diz que buscará elevar receita e expandir a margem Ebitda. Já no Canadá, o foco será equilibra volumes e preço, a fim de aumentar a rentabilidade.
Em 2016, a receita líquida da Ambev caiu 2,4%, para R$ 45,6 bilhões, no primeiro recuo de faturamento desde a criação da companhia em 1999.
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