Economia

Japão suspende importação de carne brasileira após operação Carne Fraca

Além da União Europeia, pelo menos seis países restringiram compra de carne do Brasil

Por G1 21/03/2017 23h34
Japão suspende importação de carne brasileira após operação Carne Fraca
Reprodução - Foto: Assessoria
A embaixada do Japão anunciou nesta terça-feira (21) que suspendeu a importação de carne dos 21 frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca. Em nota, a embaixada informa que a suspensão seguirá valendo "até novas notificações". Depois do Japão, também o México anunciou restrição.

Em 2016, o Japão foi o quinto maior importador de carne brasileira: US$ 747 milhões, o equivalente a 5,5% do total. O país adquiriu basicamente carne de frango do Brasil no ano passado.

No total, as exportações de carnes pelo Brasil no ano passado somaram US$ 13,49 bilhões.

Além do Japão, restringiram oficialmente a importação de carne brasileira:

Chile Suíça China Hong-Kong México União Europeia

China e Hong-Kong são os principais compradores de carnes do Brasil. A União Europeia também anunciou sanções.

A Coreia do Sul chegou a anunciar a suspensão de importação de frango, na segunda, mas voltou atrás nesta terça.

Principais importadores

Saiba quais são os principais compradores de carne brasileira, segundo o Ministério da Indústria e Comércio Exterior:

China - US$ 1,75 bilhão (13% do total) Hong Kong - US$ 1,51 bilhão (11,2% do total Arábia Saudita - US$ 1,27 bilhão (9,4% do total) Rússia - US$ 1,03 bilhão (7,6% do total) Japão - US$ 747 milhões (5,5% do total) Países Baixos - US$ 715 milhões (5,3% do total) Egito - US$ 690 milhões (5,1% do total) Emirados Árabes Unidos - US$ 585 milhões (4,3% do total) Chile - US$ 441 milhões (3,2% do total) Reino Unido - US$ 389 milhões (2,9% do total) Argentina

Em comunicado divulgado nesta terça-feira (21), o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Alimentar (Senasa) da Argentina informou que vai aumentar ainda mais os controles de todos as carnes vindas do Brasil.

No comunicado, a Argentina classifica de prudente a decisão brasileira de suspender as exportações dos 21 frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca e diz que está acompanhando atentamente os resultados das investigações.

A Argentina informou ainda que, dos frigoríficos investigados, somente um exporta para o país.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, nos últimos 60 dias só o frigorífico Larissa, em Iporã (PR), exportou para a Argentina. O país comprou carne congelada de suíno sem osso.

A operação

Deflagrada pela Polícia Federal na semana passada, a Operação Carne Fraca investiga corrupção de fiscais do Ministério da Agricultura, suspeitos de receberem propina para liberar licenças de frigoríficos. Segundo a PF, partidos como o PP e o PMDB também teriam recebido propina.

Além de corrupção, a PF também apura a venda, pelos frigoríficos, de carne vencida ou estragada, dentro do Brasil e no exterior.

As investigações envolvem empresas como a JBS, que é dona de marcas como Friboi, Seara e Swift, e a BRF, dona da Sadia e Perdigão, além de frigoríficos menores, como Mastercarnes, Souza Ramos e Peccin, do Paraná, e Larissa, que tem unidades no Paraná e em São Paulo.

Na segunda, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, já havia anunciado a suspensão das exportações dos 21 frigoríficos investigados pela PF. Três deles fora interditados e pararam a produção. Os outros 18 podem continuar a vender dentro do Brasil.

O Ministério da Agricultura também afastou preventivamente os 33 servidores da pasta que são investigados na Operação Carne Fraca. Segundo o ministério, esses servidores vão responder a processo administrativo disciplinar.