Economia

Dólar cai e volta ao patamar de R$ 3,11 após Fed sinalizar alta de juros

Moeda dos EUA caiu 1,15% frente ao real, a R$ 3,115

Por G1 03/03/2017 17h59
Dólar cai e volta ao patamar de R$ 3,11 após Fed sinalizar alta de juros
Reprodução - Foto: Assessoria
Depois de saltar quase 2% na véspera e ir ao patamar de R$ 3,15, o dólar fechou em queda de mais de 1% nesta sexta-feira (3), em movimento de correção e com recuo intensificado pela sinalização da presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Janet Yellen, de que a taxa de juros na maior economia do mundo deve subir já neste mês.

A moeda norte-americana encerrou a semana em queda de 1,15%, a R$ 3,115 na venda, após ter fechado em R$ 3,1513 na vépera.

Na mínima do dia, a moeda norte-americana marcou R$ 3,1113 e, na máxima, R$ 3,1627, segundo a Reuters.

No acumulado na semana, o dólar ficou praticamente estável, com leve alta de 0,05%.

Juros nos EUA

Em discurso em Chicago, a presidente do BC dos EUA avaliou como "apropriado" subir as taxas de juros este mês se o emprego e a inflação continuarem de acordo com as expectativas.

"Yellen confirmou que a porta está aberta para o aumento dos juros neste mês, mas ela condicionou esse movimento à evolução dos indicadores econômicos", afirmou à Reuters o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.

Mais juros tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outras praças, como a brasileira.

No exterior, o dólar caía ante uma cesta de moedas, em meio a um movimento de realização de lucros após a fala da chair do Fed. O dólar caía também ante divisas de emergentes, como o rand sul-africano e a lira turca.

Cenário local

Apesar do movimento de queda do dólar nesta sessão, a cena política brasileira continuou no radar do mercado após vazamentos de delações de executivos da Odebrecht, citando importantes políticos. O temor, entre outros, era de que o governo do presidente Michel Temer perca força e não consiga aprovar importantes reformas no Congresso, sobretudo a da Previdência.

Nesta semana, o empresário Marcelo Odebrecht depôs à Justiça Eleitoral e confirmou um jantar com Temer no qual foi tratado de contribuições para a campanha do então vice-presidente. Ele, entretanto, disse que o tema foi tratado "de forma genérica" e não houve pedido de doação direto feito pelo presidente.

O Tribunal Superior Eleitoral analisa um pedido de cassação da chapa Dilma-Temer na eleição presidencial de 2014.

O Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado cambial, por enquanto, para essa sessão. Em abril, vencem o equivalente a US$ 9,711 bilhões em swaps tradicionais, equivalente à venda futura de dólares, e operadores se questionavam se o BC rolará, mesmo que parcialmente, esses contratos.