Economia
Banco Central registra prejuízo de R$ 9,5 bilhões em 2016
Considerando-se apenas o 2º semestre do ano passado, BC teve lucro de R$ 7,8 bilhões, valor que será transferido ao Tesouro
O balanço do BC foi aprovado nesta terça pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministros da Fazenda, do Planejamento, e pelo presidente do BC.
Segundo o governo, no primeiro semestre de 2016 o BC teve prejuízo de R$ 17,3 bilhões (valor que já foi coberto pela União). Já no segundo semestre do ano passado, o BC teve lucro de R$ 7,8 bilhões. Esse valor será transferido à Secretaria do Tesouro Nacional em até dez dias úteis, mas não pode ser usado para gastos com custeio (orçamento federal).
Operações cambiaisO resultado do BC, porém, não engloba as operações cambiais realizadas no período. Em 2008, a autoridade monetária passou a divulgar seu balanço sem as operações cambiais, em uma conta separada, referente ao patrimônio do BC.
Na ocasião, o governo informou que, em outros países, os ativos cambiais (reservas internacionais) são contabilizados junto com os passivos (como a dívida externa), o que elimina variações bruscas no resultado contábil por conta de variações da taxa de câmbio.
O BC informou que a instituição registrou um perda de R$ 240,3 bilhões com as operações cambiais em 2016. Esse valor é resultado do ganho de R$ 83,8 bilhões com "swaps cambiais" e da perda líquida de R$ 324,12 bilhões com a desvalorização das reservas internacionais, reflexo da queda do dólar no período.
'Swaps cambiais'Os contratos de "swaps cambiais" funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro, com impacto de impedir uma alta maior na cotação da moeda norte-americana no mercado à vista. Estas operações também visam oferecer proteção (hedge) ao mercado financeiro contra a alta do dólar.
Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O Banco Central oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento deles, o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor dos contratos e recebe do investidor a variação do dólar no mesmo período.
É uma forma de a instituição garantir a oferta da moeda norte-americana no mercado, mesmo que para o futuro, e controlar a alta da cotação. Assim, o BC acalma a procura por dólares sem mexer nas reservas internacionais.
O investidor, preocupado com a tendência de alta, tem interesse em comprar dólares. Quando aceita a operação, fica estimulado a querer a queda ou a manutenção do dólar, para que não tenha que pagar ao banco mais do que receberá em juros. Essa taxa, normalmente, acompanha a Selic, que é a taxa básica da economia brasileira e hoje está em 12,25% ao ano. Se o dólar tiver variação acima disso, por exemplo, quem perde é o investidor.
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