Economia
Banco central do México se antecipa a políticas de Trump e sobe juros para 6,25%
Aumento é o sexto feito desde dezembro de 2015; última elevação da taxa também foi justificada pela incerteza gerada por política de Trump
O Banco do México (Banxico) subiu nesta quinta-feira (9) em 0,50 ponto percentual a taxa básica de juros, para 6,25%, em razão da possível implementação, por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de políticas que dificultem o comércio e o investimento no país.
O órgão emissor mexicano informou que as ações realizadas por Trump podem ter impacto "nas taxas de juros (dos Estados Unidos) diante da incerteza gerada pela possível instrumentação nos EUA de políticas que dificultem o comércio e o investimento".
Além disso, como lembrou o Banxico, Trump anunciou "sua pretensão de adotar uma ambiciosa expansão fiscal", o que pode disparar a dívida pública e levar o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) a executar "uma normalização" da postura monetária "mais acelerada".
Em meados de dezembro, o Banxico também elevou em 0,50 ponto percentual a taxa de juros interbancária, para 5,75%, uma ação também atribuída à incerteza gerada por Trump.
Este é o sexto aumento da taxa básica de juros mexicana desde dezembro de 2015, quando o Banxico a subiu de 3% para 3,25% após um ano e meio sem alterações e por causa da alta dos juros nos EUA depois de quase uma década.
A direção do Banco do México previu que há maiores riscos de que a economia continue "se deteriorando", e para fazer frente a possíveis impactos anunciou sua decisão de aumentar a taxa de juros, com o objetivo de "evitar contágios ao processo de formação de preços na economia e ancorar as expectativas de inflação".
Além da política monetária americana, também pesou na decisão do Banxico a alta da inflação do país em janeiro. A meta de inflação do Banxico é de 3% por ano, mas em janeiro ela foi de 4,72% nos últimos 12 meses. Ao subir o juro básico da economia, a instituição encarece o crédito e esfria o consumo, favorecendo o controle de preços.
Perspectivas para economia globalO Banco do México destacou que a atividade econômica mundial continuou apresentando uma recuperação perto do final de 2016.
"Em particular, a economia dos Estados Unidos manteve sua expansão, e as condições do mercado de trabalho continuaram se fortalecendo".
A entidade não descartou um aumento das taxas de juros do principal parceiro comercial do México em breve devido às políticas anunciadas por Trump.
Além disso, o banco central mexicano avaliou positivamente um "maior dinamismo" nas economias da zona do euro, do Reino Unido e do Japão.
Por outro lado, o Banxico apontou que várias economias emergentes enfrentaram "grande incerteza" pelas políticas "fiscal, comercial e de migração" que podem ser aplicadas pelos Estados Unidos.
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