Economia

Bovespa fecha em alta e sobe mais de 7% em janeiro

Índice de ações da bolsa avançou 0,57% no último pregão do mês, aos 64.669 pontos

Por G1 31/01/2017 19h50
Bovespa fecha em alta e sobe mais de 7% em janeiro
Reprodução - Foto: Assessoria

O principal índice da Bovespa fechou em alta nesta terça-feira (31), encerrando o último pregão do mês com ganhos acima de 7%. Na véspera, a bolsa teve a maior queda percentual diária em dois meses. O mês foi marcado por forte entrada de dinheiro estrangeiro no Brasil.

O Ibovespa subia 0,57%, a 64.670 pontos. Veja a cotação. No mês de janeiro, a bolsa brasileira acumulou alta de 7,37%. Neste mês, o índice chegou a bater a maior pontuação em quase 5 anos, acima dos 66 mil pontos.

Entrada de recursos e perspectivas

A bolsa foi beneficiada em janeiro pela forte entrada de capital estrangeiro para o Brasil. Dados da BMF&Bovespa mostram um ingresso, no acumulado até o dia 26, de R$ 6,23 bilhões, depois de 2 meses seguidos de retiradas para embolso de lucros.

Em novembro e dezembro, houve saída líquida de R$ 2,84 bilhões e R$ 660 milhões, respectivamente. No acumulado em 2016, o capital estrangeiro na Bovespa caiu 12,6%, para R$ 14,325 bilhões.

A guinada protecionista anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tende a beneficiar ações de empresas ligadas a commodities e favorecer o fluxo de capital de países como China, que podem passar a preferir o Brasil aos Estados Unidos, disse ao G1 este mês Adeodato Volpi Netto, especialista em Mercado de Capitais da Eleven Financial.

"Com essa nova incerteza geopolítica, os países vão ter quase que caminhar pelas suas próprias pernas. E aí entra uma vantagem para o Brasil: como não temos acordo comercial com praticamente ninguém, não temos o que perder", afirmou, citando ainda a perspectiva de continuidade da taxa básica de juros no Brasil e retomada do crédito e a perspectiva de melhora dos fundamentos da economia brasileira.

Destaques do dia

As ações da Petrobras subiram mais de 1%, acompanhando as cotações internacionais do petróleo, um dia após terminar com o pior desempenho do índice.

Vale avançou nas preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos) e caiu nas ordinárias (com direito a voto). A mineradora opera sem a referência dos preços do minério de ferro na China, com mercados fechados esta semana em razão do feriado do Ano Novo Lunar.

As ações preferenciais da Cemig subiram mais de 6%, liderando os ganhos do Ibovespa, com investidores atentos a uma possível privatização da elétrica mineira. Na segunda, a revista "Época" publicou, sem citar fontes, publicou que a Fazenda iria exigir a privatização para socorrer o Estado. Mas, conforme a Reuters apurou, o governo mineiro não tem planos de vender a participação na elétrica.

Cielo caiu, após a empresa reportar crescimento de 18% no lucro líquido do quarto trimestre. Fibria recuou mais de 6%, no pior desempenho do Ibovespa, depois de anunciar resultado mais fraco que o esperado no quarto trimestre. A empresa amargou um prejuízo líquido de R$ 92 milhões entre outubro e dezembro de 2016 devido à queda do dólar e a custos maiores.

Cenário externo e interno

Os sinais foram mistos no exterior, com as bolsas europeias sustentadas por indicadores econômicos, enquanto persistiu a cautela em Wall Street em meio aos protestos contra as restrições a imigrantes impostas pelo novo presidente norte-americano, Donald Trump. Na véspera, as bolsas dos EUA tiveram a maior queda do ano.

"O noticiário tem poucos gatilhos positivos neste momento, em nossa opinião. E vale lembrar: é o último dia do mês, o que pode aumentar a volatilidade em alguns mercados", comentou mais cedo a Guide Investimentos em relatório, segundo a Reuters.

O analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos, disse à Reuters que o cenário político brasileiro voltou ao centro das atenções, com destaque para a eleição da presidência no Senado e na Câmara dos Deputados e para os desdobramentos da Operação Lava Jato com a retomada dos trabalhos no Judiciário.

Véspera

Na véspera, o Ibovespa teve queda de 2,62% e fechou a 64.301 pontos. Apesar da forte baixa desta segunda, a bolsa brasileira acumula ganhos de 6,7% em 2017.