Economia

Dólar termina a semana em alta, de olho em juros nos EUA e cenário interno

Moeda subiu 0,57%, a R$ 3,3906

Por G1 16/12/2016 18h45
Dólar termina a semana em alta, de olho em juros nos EUA e cenário interno
Reprodução - Foto: Assessoria

O dólar fechou em alta em relação ao real nesta sexta-feira (16) e terminou a semana com valorização, com investidores ainda reagindo ao aumento dos juros nos Estados Unidos, e atentos às incertezas do cenário político brasileiro. A moeda passou a avançar com um fluxo de saída de dólares e seguindo a tendência no exterior.

A moeda norte-americana subiu 0,57%, a R$ 3,3906.

Na semana, a alta foi de 0,52%. No ano, há queda acumulada de 14,12%.

Mais cedo, o dólar chegou a operar em queda em relação ao real, mas inverteu a trajetória à tarde. Na mínima desta sessão, o dólar marcou R$ 3,3432 num movimento de correção e, na máxima, R$ 3,4129.

Acompanhe a cotação ao longo do dia

Às 9h19, queda de 0,51%, a R$ 3,3575Às 10h, queda de 0,55%, a R$ 3,3527Às 10h59, queda de 0,31%, a R$ 3,3608Às 11h49, queda de 0,12%, a R$ 3,367Às 12h39, queda de 0,48%, a R$ 3,3873Às 13h10, alta de 0,56%, a R$ 3,3903Às 14h, alta de 1,02%, a R$ 3,4058Às 16h, alta de 0,65%, a R$ 3,3933

"É uma sexta-feira um pouco mais pacata e o dólar voltou a ficar pressionado lá fora. O comunicado do Fed mudou um pouco o paradigma do mercado, empurrou o dólar mais para cima", afirmou à Reuters o operador de um banco nacional.

Decisão do Fed

"Os mercados puxaram bastante na véspera, após o Fed ter sinalizado que elevaria os juros em três ocasiões no ano que vem. Foi exagerado o movimento e há uma correção", comentou mais cedo à Reuters o economista-chefe da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti.

Juros mais altos nos Estados Unidos motivam uma tendência de alta do dólar em relação ao real, pois o país se torna mais atrativo para recursos aplicados atualmente em outros mercados.

No final da tarde de quarta-feira passada, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual e sinalizou ritmo mais rápido de altas em 2017, em meio a promessas do presidente eleito Donald Trump de impulsionar o crescimento por meio de cortes de impostos, aumento de gastos e desregulamentação.

A chefe do Fed, Janet Yellen, disse a eleição de Trump colocou o Fed sob uma "nuvem de incerteza" e levou algumas autoridades a mudar sua visão sobre o que está por vir. O banco central do país vê agora três aumentos da taxa de juros em 2017 em vez de dois como previsto em setembro.

No Brasil

Internamente, os investidores também têm preferido focar no andamento das medidas de ajuste no Congresso, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento do gasto público por 20 anos que foi aprovada, mas a cautela continuava em meio ao nervosismo com denúncias envolvendo até mesmo o presidente Michel Temer.

"O sentimento de que o governo brasileiro vem conseguindo aprovar medidas no Congresso, mesmo em meio às turbulências, contribui para o recuo da moeda (norte-americana)", comentou Mais cedo à Reuters o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Segundo a a agência, profissionais chamaram a atenção para a perda de fôlego dos mercados daqui para a frente, já com muitos investidores entrando de férias, o que deve enxugar consideravelmente o volume até o final do ano.

O Banco Central brasileiro, pelo terceiro dia de negócios seguido, não anunciou nenhuma intervenção no mercado de câmbio.