Economia

Dólar fecha em queda nesta terça após aprovação da PEC do teto de gastos

Moeda norte-americana caiu 0,58%, a R$ 3,326, no sétimo recuo seguido do dólar em relação ao real

Por G1 13/12/2016 18h58
Dólar fecha em queda nesta terça após aprovação da PEC do teto de gastos
Reprodução - Foto: Assessoria
O dólar fechou em queda nesta terça-feira (13), após a aprovação da proposta que estabelece um teto para o crescimento dos gastos em segundo turno pelo Senado, e com o mercado à espera do desfecho do encontro de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), na quarta-feira.

A moeda norte-americana caiu 0,58%, a R$ 3,326, no sétimo recuo seguido do dólar em relação ao real.

Nestes sete dias seguidos de retração, a moeda norte-americana perdeu 4,22% em relação ao real.

O Senado aprovou a Proposta de Emenda Constitucional que limita o crescimento dos gastos públicos em meio a fortes turbulências políticas que atingiram o governo do presidente Michel Temer. "Aprovou, é o que interessa. Causa alguma preocupação em relação a outros temas que ainda serão votados mas, de bate pronto, a questão do aumento dos juros nos Estados Unidos é o que deve preocupar mais. Mas só amanhã", comentou à Reuters um profissional de câmbio de uma corretora local.

"Depois da turbulência política dos últimos dias, o mercado quer ver se o governo ainda goza de base firme que pode dar andamento a outras medidas, como a reforma da Previdência", disse também à agência um operador da mesa de câmbio de uma corretora nacional.

O cenário político estava mais sensível após o vazamento da delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho, que citou recursos repassados a líderes peemedebistas, incluindo Temer, o ministro Eliseu Padilha, o secretário Moreira Franco, entre outros.

Cenário externo

O mercado também trabalhava sob a expectativa da reunião do Federal Reserve (BC dos EUA) na quarta-feira, com ampla expectativa de que os juros voltarão a subir. Agora, os investidores querem saber se o banco central norte-americano passará a promover aumentos maiores nas taxas após a eleição de Donald Trump à presidência do país.

Há temores de que sua política econômica seja inflacionária, o que obrigaria o Fed a ser mais agressivo em sua política de juros. No exterior, o dólar subia ante outras divisas de países emergentes, como os peso mexicano e o rand sul-africano, segundo a Reuters.

Interferência do BC

A alta do dólar frente ao real nesta sessão era contida pelo leilão de venda de dólares com compromisso de recompra anunciado pelo Banco Central, de até US$ 4,2 bilhões para rolagem dos contratos já existentes.

"Pode-se ler essa antecipação (da rolagem) como uma forma de prover hedge/liquidez ao mercado em um dia de cautela e tensão com a questão do ajuste fiscal nacional em fase crítica", comentou a corretora H.Commcor em relatório a clientes, segundo a Reuters.

Normalmente, o BC anuncia leilões de linha para rolagem no final do mês. A autoridade monetária encerrou na véspera a rolagem dos swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- de janeiro, de US$ 5 bilhões. O próximo lote vence em 1º de fevereiro, correspondente a US$ 6,431 bilhões. No total, o estoque total de swaps tradicionais está em torno de US$ 26,6 bilhões, segundo dados do BC.