Economia

Bovespa fecha em queda nesta segunda por cautela com cena política local

Ibovespa recuou 0,81%, aos 59.831 pontos, em sessão instável

Por G1 05/12/2016 20h49
Bovespa fecha em queda nesta segunda por cautela com cena política local
Reprodução - Foto: Assessoria
A Bovespa fechou em queda nesta segunda-feira (5), em sessão instável, com a cautela com o cenário político ofuscando o efeito positivo da alta de ações como as da Braskem e da Vale, destaca a agência Reuters.

O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa paulista, caiu 0,81%, aos 59.831 pontos, perdendo novamente o patamar dos 60 mil pontos que havia recuperado na sexta-feira. Na máxima desta sessão, o índice avançou 0,67% e, na mínima, recuou 1,1%.

O volume financeiro do pregão somou R$ 6,17 bilhões, abaixo da média diária para o ano até o pregão passado, de R$ 7,39 bilhões.

Destaques do dia

 Petrobras PN caiu 1,07% e Petrobras ON perdeu 3,38%, após subirem cerca de 1,5% nas máximas do dia. A virada ocorreu após a notícia de que a 3ª Vara da Justiça Federal em Sergipe determinou, em decisão liminar, a suspensão do processo de venda de participação da Petrobras na BR Distribuidora.

A Vale PNA valorizou-se 0,8% e Vale ON avançou 0,37%, em sessão de ganhos para os preços do minério de ferro, mas longe das máximas do pregão, refletindo os receios com o lado político.

Banco do Brasil perdeu 1,91%, em sessão negativa para o setor bancário como um todo. Itaú Unibanco caiu 0,35%, enquanto Bradesco PN teve baixa de 0,53%.

As ações da Brasken lideraram os ganhos do dia, com alta de 5,28%, renovando maior cotação histórica de fechamento, a R$ 32,1, após ter subido mais de 12% na sexta-feira. O otimismo reflete a expectativa por acordo de leniência com autoridades no Brasil e Estados Unidos compreendendo todos os fatos que envolveram a petroquímica no âmbito da Lava Jato.

Cenário local

 Após iniciar os negócios em terreno positivo, o Ibovespa passou grande parte da sessão sem um viés definido, com investidores ponderando as complicações do cenário político nacional e seus efeitos na recuperação da economia, destaca a Reuters.

Apesar do alívio com o fato do presidente Michel Temer não ter sido o alvo principal dos protestos, permanece a cautela quanto à expectativa de que essas inquietações possam dificultar o andamento no Congresso Nacional das medidas consideradas importantes para recuperação da economia, disseram operadores.

Nesse contexto, o mercado monitorava a proposta de reforma da Previdência, que deve ser enviada ao Congresso na terça-feira, após a apresentação a líderes da base aliada da Câmara e Senado. Segundo Temer, a medida não prevê mudanças para quem já recebe o benefício ou já completou as condições para receber aposentadoria, e trará regras de transição.

"O mercado interno vive um dilema: acreditar que o governo vai ser capaz de reativar a economia e fazer a aposta de antecipação, ou observar a realidade que é difícil e projeta crescimento pífio para 2017", escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos em nota a clientes.

Economistas do mercado financeiro passaram a prever uma expansão mais fraca da economia em 2017, segundo relatório de mercado, também conhecido como Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central. Os economistas das instituições financeiras baixaram a previsão de alta do PIB para o próximo ano, de de 0,98% para 0,80%.