Economia

Economista defende que pais eduquem financeiramente seus filhos

Para Rômulo Sales, criança já deve aprender a controlar os gastos para, no futuro, comprar algum brinquedo tão sonhado

Por Tribuna Independente 04/12/2016 09h15
Economista defende que pais eduquem financeiramente seus filhos
Reprodução - Foto: Assessoria

Quem disse que educação financeira é coisa somente de adulto. As primeiras ‘aulas’ devem começar ainda em casa ministradas pelos próprios pais. Atualmente as crianças já sofrem com os apelos do mundo do consumo e nada melhor que estimulá-las ensinando a planejar. De acordo com a pesquisa do SPC Brasil, 26,3% das mães de crianças e adolescentes dão mesadas no Brasil e 76,8% delas fazem isso justamente para ensinar os filhos a lidar com o dinheiro.

Para o economista Rômulo Sales, a mesada é uma forma da criança já ir aprendendo a controlar os gastos, juntando, por exemplo, para comprar algum brinquedo tão sonhado. Há pais que ainda resistem e não sabem dizer não, e acabam cedendo dando um extra a mais para os filhos. “Acabou, acabou, nada de ficar dando dinheiro, porque do contrário a criança acaba acostumando e na fase adulta vai continuar como a gente que quando o salário acaba recorre ao cheque especial, empréstimo, cartões de crédito, entre outras formas”, ressaltou.

Thiago Pires que é pai de Isabel Maria, de 8 anos, e João Pedro, de 5 anos, diz que o ensinamento do administrar do dinheiro é importante nesta fase, porque os pequenos já vão ganhando consciência de como e quando gastar. “Costumo dar menos de R$ 5 para cada um, quando o troco é em moedas também passo para eles, os deixo livres para comprar o que quiser (guloseimas), mas sempre explicando a questão dos valores, o que é caro e barato para que ficarem cientes do custo”, contou.

Silvana Almeida e André Miguel são pais de Sara Beatriz, de 4 anos, embora ainda seja pequena e entenda pouco de finanças, eles dizem que dialogam bastante com a filha, sobretudo quando chegam na sessão de brinquedos. “Antes ela chorava e fazia birra, mas agora já está entendo que não se pode comprar tudo que ver. A opção fica livre só nas datas comemorativas, só que dentro do nosso orçamento, dependendo ela escolhe outra coisa”, esclareceu.

POUPANÇA

Guilherme Oliveira, de 9 anos, disse que não recebe mesada, mas que o dinheiro vai direto para a sua poupança. O pai dele Adeildo dos Santos frisou que o filho sempre foi tranquilo a respeito de dinheiro e acredita que não terá grandes problemas na fase adulta. “Quando a gente diz que não dar para levar ele aceita, nunca deu trabalho”, frisou.

O economista diz que não existe uma idade específica para começar a ensinar a criança, a saber, o valor do dinheiro, mas afirma que quanto mais cedo melhor. Ele salienta que a maioria dos problemas financeiros que o adulto carrega nasce na adolescência, justamente por não ter havido uma atenção especial na infância, “eles não sabem lidar com a grana porque não houve planejamento. É possível passar noções de planejamento para as crianças, ensinando a juntar e comprar no tempo determinado, que dizer, vai quebrando aos poucos ficando acessível e mais fácil para a criança e adolescente atingir o objetivo”, ressaltou.

“Comparar o caro com o barato, focar no planejamento, no futuro onde a recompensa é o dinheiro, guardar sempre o que ganha para a previdência, aposentadoria também funcionam”, colocou seu ponto de vista Rômulo Sales.

“Dinheiro foi feito para consumir, então não há como ter um objetivo de consumo sem saber planejar, poupando para alcançar êxito mais na frente. Tem de gastar menos com o que menos lhe interessa e mais com o que mais lhe interessa, a questão é dar prioridade o que tem que consumir”, finalizou.