Economia

Black Friday atraiu público, mas não agradou tanto assim em Maceió

Maceioense vai às compras, porém promoções frustram muitos consumidores, que recuam

Por Tribuna Independente 26/11/2016 14h31
Black Friday atraiu público, mas não agradou tanto assim em Maceió
Reprodução - Foto: Assessoria

A 6ª edição da Black Friday, evento anual que traz descontos no setor de comércio e serviços, começou oficialmente às 22h da quinta-feira (24) em Maceió. Algumas lojas da capital abriram mais cedo e os consumidores começaram a pesquisar as ofertas dos produtos e pisaram no freio antes de comprar.

Em grandes supermercados se formaram longas filas para garantir o produto com valor mais acessível. No entanto, a maioria dos entrevistados pela reportagem, disse não ter gostado das promoções e que muitas mercadorias ainda seguiam com o mesmo preço de antes da sexta-feira das promoções.

Foi o caso de dona Piedade Toledo. Ela esperou um dos shoppings de Maceió abrir, inclusive mais cedo, às 8h para comprar calçados e brinquedos, porém se decepcionou com o que viu. “Os preços estão os mesmos, passei aqui neste shopping na semana passada e não há desconto algum, pelo menos nos produtos que pretendia comprar”, reclamou.

Thalita Cardoso estava receosa para comprar um par de óculos e também criticou a Black Friday. “Estou pesquisando, mas os preços não estão agradando, ainda estão muito caros, não sei se vou levar, parece uma propaganda enganosa, vou pesquisar mais porque 20% para mim não é desconto, não vejo como uma ‘grande’ oportunidade de comprar, para mim tem que ser 50% ou mais, ai sim é promoção”, frisou.

Edenildo Nascimento estava na espreita e cauteloso para comprar calças e camisas. Ele disse que estava pesquisando para ver se valia a pena comprar ou não. “Quero levar duas calças e duas camisas já para guardar para usar no Natal e Ano Novo, por enquanto estou analisando os preços que ainda não me agradaram, estou achando ‘salgado’”, mencionou.

Antônia Silva estava querendo comprar um sofá, mas também não sabia se ia levar. “O Brasil está arrasado, e mesmo assim o brasileiro ainda tem fé e gasta mais do que pode, gostaria muito de levar um sofá, só que vou comprar realmente se tiver em conta mesmo estando precisando e observar a credibilidade da loja, prazos e condições de entrega”, declarou.

Willames Crispin estava satisfeito com a compra e disse que conseguiu economizar bastante. “Comprei uma TV Smart com desconto de R$ 700 e um celular também com desconto de R$ 300. Fechei a cota por hoje, estava querendo comprar, mas resisti até a chegada da Black Friday”, contou.

Para o pesquisador Alberto Guerra da Fundação Instituto de Administração (FIA) ao mesmo tempo em que a ação ainda é vista com desconfiança por parte dos consumidores, seu sucesso tem sido crescente a cada edição, com milhares de estabelecimentos participantes, em todo o Brasil, com descontos que prometem chegar a 80%.

“Ganhar a confiança dos clientes e se preparar bem para o maior movimento ainda é um grande problema a ser enfrentado pelas empresas”, afirma Guerra. “Os consumidores estão cada vez mais bem informados, seletivos e exigentes, com acesso a muitas ferramentas de pesquisa e sempre compartilhando experiências online”, lembrou.

Por ser de fácil entendimento e grande apelo junto ao público, os descontos são, em qualquer época do ano, a principal ferramenta de promoção usada pelos varejistas brasileiros. De acordo com Flávia Ghisi, professora do mestrado profissional da FIA e coordenadora da pesquisa, “mesmo ainda em fase de amadurecimento no país, a Black Friday está entrando para o calendário promocional do varejo brasileiro. Este é o momento para as empresas tomarem atitudes que contribuam para reforçar a credibilidade da ação, conquistando a confiança do consumidor, de modo a que tenham resultados crescentes a cada ano”.