Economia
Ata do Fed sinaliza que alta de juros nos EUA está próxima de acontecer
Membros se mostravam inclinados a elevar juros antes da eleição de Trump
Os membros do Federal Reserve, banco central norte-americano, pareceram confiantes na véspera da eleição presidencial dos Estados Unidos de que a economia estava se fortalecendo o suficiente para justificar um aumento de taxas de juros em breve, mostra a ata da reunião do Fed de 1 e 2 de novembro.
A ata divulgada nesta quarta-feira (23) apoia o consenso de opiniões em Wall Street de que o Fed está inclinado a elevar as taxas de juros em dezembro. Os membros do Fed mantiveram os custos de empréstimos inalterados no início deste mês, apenas alguns dias antes de o republicano Donald Trump ter vencido a corrida presidencial em 8 de novembro.
Os membros com direito a voto viram riscos iguais de que a economia pudesse superar ou ficar abaixo de suas previsões de continuidade de crescimento e de um aperto no mercado de trabalho.
"Quase todos continuaram a julgar que os riscos de curto prazo para o cenário econômico estavam praticamente equilibrados", de acordo com a ata.
A maioria dos membros com direito a voto apoiava o adiamento do aumento dos juros "por enquanto", de acordo com a ata, uma visão que foi refletida na linguagem do comunicado de política monetária de 2 de novembro.
Dezessete formuladores de políticas participaram da reunião em novembro, 10 dos quais com direito a voto. Dentro do grupo maior de participantes, a maioria disse que "poderia se tornar apropriado" o aumento de taxas "relativamente em breve", de acordo com a ata.
A aposta do mercado é que a elevação dos juros deverá ocorrer já na próxima reunião de dezembro.
O Fed subiu as taxas pela última vez em dezembro do ano passado – a primeira alta em quase uma década. Desde então as taxas tem sido mantidas entre 0,25% a 0,50%.
Impacto no Brasil
Taxas de juros próximas de zero nos Estados Unidos, Europa e no Japão tendem a fazer com que investidores busquem ativos de maior rentabilidade e costumam garantir um fluxo maior de capital estrangeiro para países emergentes como o Brasil. Com uma taxa de juros básicos em 14% ao ano, o país segue na liderança do ranking mundial de juros reais (descontada a inflação), com uma taxa de 8,49% ao ano – espécie de termômetro do retorno oferecido a detentores de títulos do Tesouro. Em tese, juros mais altos nos EUA poderiam atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados atualmente em outros mercados, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real.
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