Economia

Dólar tem quarta queda seguida e fecha a R$ 3,35 nesta segunda-feira

Dólar acompanhou movimento da moeda no exterior

Por G1 21/11/2016 18h40
Dólar tem quarta queda seguida e fecha a R$ 3,35 nesta segunda-feira
Reprodução - Foto: Assessoria

O dólar fechou em queda em relação ao real pela 4ª sessão consecutiva, acompanhando o movimento da moeda norte-americana contra outras moedas no exterior. O movimento de queda se manteve mesmo após o Banco Central reduzir sua atuação no mercado de câmbio.

A moeda norte-americana caiu 1,03%, a R$ 3,352. Na mínima do dia, a moeda norte-americana bateu em R$ 3,3407, segundi a Reuters.

Acompanhe a cotação ao longo do dia

Às 9h20, queda de 0,49%, a R$ 3,3703 Às 9h59, queda de 0,97%, a R$ 3,354 Às 10h49, queda de 0,77%, a R$ 3,3606 Às 11h50, queda de 1,23%, a R$ 3,3455 Às 13h20, queda de 0,96%, a R$ 3,3544Às 14h49, queda de 0,72%, a R$ 3,3627Às 16h49, queda de 0,95%, a R$ 3,3549

"O exterior acalmou e, internamente, o BC atuou como manda o figurino. Deu cobertura quando precisou e isso deu uma tranquilizada aos agentes", comentou à Reuters o assessor de câmbio da corretora Albatroz, João Medeiros.

O momento de alívio veio depois da forte onda de aversão ao risco, que levou o dólar às máximas em anos, causada pela surpreendente eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. O mercado teme que a política econômica norte-americana pode se tornar inflacionária e pressionar o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, a elevar os juros na maior economia do mundo

O mercado monitora pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque taxas mais altas devem atrair para aquele país recursos aplicados atualmente em outros mercados. Isso motivaria uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real.

A pesquisa Focus do BC, que ouve uma centena de economistas toda semana, mostrou maior previsão para o dólar no fim de 2016, a R$ 3,30, ante R$ 3,22, após a vitória de Trump.

Atuações do BC

Diante do cenário de menor pressão, o BC brasileiro indicou que fará menos intervenções ao anunciar na noite de sexta-feira apenas a rolagem dos contratos de swaps cambiais tradicionais que vencem no início de dezembro, destaca a Reuters.

Entenda: swap cambial, leilão de linha e venda direta de dólares

Nesta sessão, o BC vendeu integralmente 20 mil contratos de swaps cambiais tradicionais - equivalentes à venda futura de dólares. "Sem os leilões novos do BC, o dólar está totalmente livre para seguir seus pares", comentou à Reuters um profissional da mesa de câmbio de uma operadora.

Na semana passada, o BC intensificou sua atuação no mercado de câmbio devido ao salto do dólar frente ao real, ao mesmo tempo em que o Tesouro também agiu no mercado de títulos públicos. As ações trouxeram mais equilíbrio aos mercados financeiros, com a moeda norte-americana fechando a última semana com queda acumulada de 0,16%, depois de ir acima de R$ 3,50 no intradia.

"Não acho improvável o dólar voltar a acelerar ante o real, mas de modo mais suave. Não deve acontecer novamente o efeito manada que se seguiu às eleições nos EUA", disse à Reuters o diretor de câmbio da corretora Multi-Money, Durval Correa Correa. "O mercado já vem se acomodando", emendou.

No dia da eleição nos EUA, mas ainda sem o resultado, o dólar fechou no patamar de R$  3,16.

Nesta segunda-feira, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que a autoridade monetária seguia monitorando o mercado para garantir liquidez. Segundo ele, as reservas cambiais são um seguro que contribui para a redução do risco-país.

Cenário interno

O mercado acompanhada também os desdobramentos do novo revés político do governo do presidente Michel Temer, com a saída do então ministro da Cultura Marcelo Calero, que acusou o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, de pressioná-lo para liberar um empreendimento embargado em Salvador.

Segundo a colunista do G1 Cristiana Lôbo, Temer decidiu que Geddel permanecará no cargo.

Na cena política e econômica, também pesava sobre os investidores a atual situação financeira dos estados e prisões de políticos influentes. O temor é que esse cenário possa atrapalhar a votação de medidas importantes para o governo no Congresso Nacional.