Economia

Dólar cai após ação do BC, mas cenário externo limita a baixa

Na máxima do dia, moeda chegou a R$ 3,4383, segundo a Reuters

Por G1 18/11/2016 15h50
Dólar cai após ação do BC, mas cenário externo limita a baixa
Reprodução - Foto: Assessoria

O dólar opera em queda em relação ao real nesta sexta-feira (18), influenciado pela intervenção do Banco Central em meio às apostas entre os investidores de que os juros nos Estados Unidos devem subir em breve.

Às 16h49, a moeda norte-americana recuava 1,05%, vendida a R$ 3,383, após duas sessões de queda. Na máxima do dia, chegou a R$ 3,4383, segundo a Reuters.

Acompanhe a cotação ao longo do dia

Às 9h06, alta de 0,34%, a R$ 3,4305 Às 9h09, alta de 0,263%, a R$ 3,4279 Às 9h59, queda de 0,19%, a R$ 3,4121 Às 10h59, queda de 0,73%, a R$ 3,393 Às 11h29, queda de 0,8%, a R$ 3,3931 Às 12h30, queda de 1,08%, a R$ 3,3817Às 13h40, queda de 1%, a R$ 3,3845 Às 14h30, queda de 0,79%, a R$ 3,3917 Às 15h39, queda de 0,87%, a R$ 3,389Intervenção do BC

"O cenário externo continua sendo a fonte principal do dólar, mas os swaps amortecem a trajetória de alta e trazem a moeda pontualmente para baixo", explicou um profissional da mesa de dólar de uma corretora doméstica à Reuters.

"O viés da moeda (norte-americana) é de alta, pressionada pelo exterior, mas até pode operar em queda, de maneira pontual, com os leilões (do BC)", avaliou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

O Banco Central vendeu nesta manhã todos os 10 mil novos contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares, e realiza ainda outro leilão, com até 20 mil contratos, para rolagem dos swaps que vencem em 1º de dezembro.

Juros nos EUA

O mercado monitora pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque taxas mais altas devem atrair para aquele país recursos aplicados atualmente em outros mercados. Isso motivaria uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real. Na quinta-feira, a chefe do Federal Reserve, Janet Yellen, disse que a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos não alterou em nada os planos do banco central norte-americano de aumentar a taxa de juros "relativamente em breve".

Com isso, cresceram as apostas de que o Fed elevará os juros em dezembro. E, com temores de que a política econômica de Trump possa gerar inflação nos EUA, aumentaram também as expectativas de que o Fed pode acelerar o passo de sua política monetária mais apertada, destacou a Reuters.

Cenário interno

Internamente, questões domésticas começavam a fazer ruído nos mercados, como a situação fiscal dos estados e as prisões de políticos, como ex-governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral e Anthony Garotinho, justamente um dos estados com pior situação financeira.

"A pressão sobre os mercados locais tende a voltar... Por enquanto, é difícil esperar um recuo forte da percepção de risco-país", comentou a corretora Guide em relatório a clientes, segundo a Reuters.Último fechamento

Na véspera, o dólar fechou em queda em relação ao real, mas o recuo perdeu força após o discurso da chefe do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. Janet Yellen afirmou que os juros no país podem subir "relativamente em breve" se os dados econômicos continuarem indicando melhora do mercado de trabalho e inflação em alta.

A moeda norte-americana caiu 0,08%, cotada a R$ 3,4189. Segundo a Reuters, na mínima do dia, o dólar chegou a R$ 3,3876 e, na máxima, a R$ 3,429.