Economia
Bovespa vira nesta quinta e passa a recuar forte nesta quinta-feira
Bolsa brasileira fechou em queda de 1,4% nesta quarta-feira
O principal índice da Bovespa ampliou as perdas na tarde desta quinta-feira (10), chegando a cair mais de 3%, em meio a preocupações com o cenário político local e em sessão marcada por intensa agenda de resultados corporativos.
Às 16h29, o Ibovespa caía 2,03%, aos 61.974 pontos.
O índice operou no azul pela manhã, acompanhando o tom mais positivo no exterior após o susto inicial com a vitória de Donald Trump na eleição presidencial nos Estados Unidos. Mas, segundo a agência Reuters, apreensões com a política interna ganharam os holofotes após a notícia sobre uma doação de R$ 1 milhão pela empreiteira Andrade Gutierrez em 2014, que teria sido direcionada à campanha do então vice-presidente Temer, companheiro de chapa da ex-presidente Dilma Rousseff na eleição daquele ano.
A forte alta do dólar sobre o real, que chegou a disparar mais de 5%, também pressionava a bolsa paulista, segundo operadores, au mentando a aversão a risco e a preocupação com a situação das empresas com dívidas na moeda norte-americana.
Destaques do dia
As ações preferenciais da Petrobras caíam mais de 3%. A petrolífera divulga seu balanço após o fechamento do mercado, com a estimativa média de 10 analistas ouvidos pela Reuters apontando lucro líquido de R$ 1,517 bilhão no terceiro trimestre, 310% acima do resultado dos três meses anteriores e revertendo o prejuízo visto em igual período de 2015.
O Bradesco, que teve lucro líquido de R$ 3,236 bilhões no terceiro trimestre, queda de 21,5% ante igual período do ano passado, via suas ações preferenciais caindo mais de 7%, limitando os ganhos do Ibovespa devido ao peso do papel em sua composição.
Itaú Unibanco também recuava mais de 3%.
Entre os destaques positivos do dia, as ações da Vale avançavam mais de 7%, mantendo a tendência de alta dos pregões anteriores em meio à alta nos preços do minério de ferro.
Os papéis das fabricantes de celulose e exportadoras Suzano e Fibria lideravam as altas do dia, com valorização de mais de 13% e 10%, respectivamente, favorecidas pela alta do dólar.
Preocupação dos mercados
Os mercados internacionais mostravam menos preocupações com o impacto da eleição de Trump, que venceu a democrata Hillary Clinton na corrida pela Casa Branca, e Wall Street caminhava para uma abertura positiva.
"É difícil acreditar que algumas bravatas de campanha serão transformadas em realidade, ao menos no curto prazo. Prevalece, assim, uma espécie de 'treino é treino, jogo é jogo"", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos em nota a clientes.
No cenário doméstico, além da agenda corporativa intensa, operadores também olham para os trâmites de medidas no Congresso Nacional.
A Câmara dos Deputados concluiu na véspera a votação do projeto que acaba com a obrigatoriedade da Petrobras atuar como operadora exclusiva no pré-sal. O projeto agora segue para sanção presidencial.
Além disso, a proposta que limita o crescimento dos gastos públicos teve mais uma etapa concluída ddentro da tramitação no Senado, com a aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. A medida segue agora para o plenário para dois turnos de votação, previstos para 29 de novembro e 13 de dezembro.
Pregão da véspera
A bolsa brasileira fechou em queda de 1,4% nesta quarta-feira (9), refletindo o resultado das eleições americanas. O candidato republicano Donald Trump venceu a democrata Hillary Clinton, contrariando as expectativas do mercado.
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