Economia
Dólar sobe nesta sexta e fecha perto de R$ 3,20 puxado por PIB dos EUA
Na semana, dólar avançou 2,42%, mas recuou 1,7% no mês até esta sexta
O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (28). O mercado entendeu que a alta do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos pode incentivar um aumento na taxa de juros no país em dezembro. A briga pela formação da Ptax (taxa de câmbio que serve de referência para contratos) de final de mês também influenciou, segundo a Reuters.
A moeda norte-americana subiu 1,29%, vendida a R$ 3,1965.
Durante a tarde, o dólar chegou a bater R$ 3,20.
Na semana, o dólar avançou 2,42%. No mês de outubro, acumulou queda de 1,7%. No ano, a moeda perdeu até esta sexta 19%.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h09, alta de 0,21%, a R$ 3,1622 Às 9h29, alta de 0,47%, a R$ 3,1705 Às 9h49, alta de 0,79%, a R$ 3,1807 Às 10h09, alta de 1,15%, a R$ 3,192 Às 10h40, alta de 0,83%, a R$ 3,1963 Às 11h29, alta de 0,83%, a R$ 3,1818 Às 11h49, alta de 0,69%, a R$ 3,1773 Às 12h39, alta de 0,72%, a R$ 3,1785 Às 13h19, alta de 0,72%, a R$ 3,1993 Às 13h59, alta de 0,88%, a R$ 3,1833 Às 15h49, alta de 1,39%, a R$ 3,1995 Às 15h59, alta de 1,48%, a R$ 3,2023Cenário externo
O PIB dos EUA cresceu a uma taxa anual de 2,9%, após expansão de 1,4% no segundo trimestre. Essa foi a taxa de crescimento mais forte desde o terceiro trimestre de 2014, segundo a Reuters.
"O dólar deu uma puxada logo após a divulgação dos números, mas depois se acomodou com uma alta um pouco menor", comentou um operador da mesa de câmbio de uma corretora nacional à Reuters. Logo após a abertura dos números, os juros futuros dos Estados Unidos passaram a precificar chances de 83% de o Fed (banco central dos EUA) elevar a taxa de juros na reunião de 13 e 14 de dezembro, acima das apostas de 78% na véspera, de acordo com o programa FedWatch do CME Group.
Juros mais altos nos EUA têm potencial para atrair recursos hoje aplicados em outros mercados, como o brasileiro, e fazer a moeda norte-americana subir por aqui.
O mercado também se posicionou para o encontro do Fed na próxima semana, para o qual não se espera mudança na atual política de juros, e para as eleições presidenciais de 8 de novembro nos Estados Unidos. Ambos os eventos podem deixar os investidores mais na defensiva nas próximas sessões.Repatriação de recursos
A alta do dólar nesta sessão também veio com a briga pela formação da Ptax -- taxa formada no fim do mês e que serve de referência para diversos contratos cambiais -- e a avaliação de alguns profissionais de que o fluxo da repatriação de recursos de brasileiros no exterior estaria se esgotando. Nos últimos dias, o câmbio vinha sendo pressionado pela expectativa de maior ingresso de fluxo de recursos do exterior. O prazo para regularização dos recursos termina na próxima segunda-feira (31).
A expectativa de fortes entradas de recursos com a repatriação favoreceria, em tese, a desvalorização da moeda em relação ao real. Isso porque, com mais dólares no mercado, o preço tende a cair. Segundo a Receita Federal, até as 17h de quinta-feira (27), a arrecadação com imposto e multa no âmbito da regularização de ativos no exterior havia chegado a R$ 45,78 bilhões. "Na minha avaliação, o principal fluxo da repatriação já aconteceu", comentou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado, à Reuters.
O dólar subiu nos dois últimos pregões e terminou a véspera cotado a R$ 3,1555, depois de bater em R$ 3,1065 na terça-feira, acumulando em duas sessões valorização de 1,58%.
Na parcial do mês, o dólar acumula queda de 3% ante o real. No ano, o recuo é de 20%.
Atuação do BC
Outra pressão de alta sobre o dólar também vem do fato de o Banco Central ter anunciado que deixará de anular integralmente os swaps tradicionais --equivalente à venda futura de dólares--, com vencimento em 1º de novembro. Hoje, esse estoque está em US$ 2,96 bilhões, segundo o BC. Com essa modalidade de leilão, o BC busca controlar fortes altas da moeda norte-americana.
O BC vendeu nesta manhã o lote integral de 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de moeda. Com essa modalidade de leilão, o BC busca controlar fortes quedas do dólar.
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