O principal índice da Bovespa fechou em alta nesta quinta-feira (27), retomando o patamar dos 64 mil pontos perdido no início desta semana e renovando máximas desde abril de 2012, com os ganhos de bancos entre os principais destaques positivos da sessão.

O Ibovespa avançou 0,66%, a 64.249 pontos – maior patamar desde a de abril de 2012 (65.216).

No ano, o índice passa a acumular alta de 48,21%. Somente na parcial de outubro, o avanço é de 10%.

Destaques do dia

Banco do Brasil liderou as altas do índice, com valorização de 5,12%. Já o Itaú Unibanco e o Bradesco, com forte peso da composição do índice, avançaram 2,14% e 1,67%, respectivamente.

A Petrobras acabou a sessão em baixa, após operar em alta durante boa parte do dia. A Petrobras caiu 0,06% nas ações preferenciais e 0,21% nas ordinárias. As ações têm refletido anúncios de desinvestimentos pela companhia. Na sessão, os papéis ganharam impulso adicional da alta do petróleo no mercado internacional, segundo a Reuters.

Já a ação preferencial da Vale caiu 0,38% e a ordinária subiu 1,06%, após a empresa ter divulgado nesta quinta lucro líquido de R$ 1,842 bilhão no terceiro trimestre, com maiores volumes vendidos e preços mais altos do seu principal produto.

Na outra ponta, Natura e JBS caiu 4,21%, após a queda de mais de 11% da véspera, quando anunciou o fim dos trabalhos para reestruturação do grupoem razão de veto do BNDES.

Já a Natura caiu 4,09%, a maior perda do Ibovespa. No radar estava a divulgação de seu resultado trimestral que mostrou queda de quase 45% no lucro líquido no terceiro trimestre.

Cenário local e externo

No front local, o mercado segue otimista com o avanço de medidas econômicas no Congresso Nacional. A equipe da corretora Guide Investimentos destacou que as declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros, na véspera, garantindo a manutenção do calendário para votação da medida que limita o crescimento dos gastos públicos no Senado pode ajudar a manter o bom humor nos negócios.

Onda de otimismo

Segundo analistas de mercado, ainda há espaço para a bolsa continuar subindo nos próximos meses em meio a um maior otimismo com a condução da política econômica e aposta de investidores de que o governo conseguirá aprovas no Congresso medidas fiscais como a PEC 241 e levar adiante a sua agenda de reformas.

Levantamento publicado pelo G1 na terça-feira (25) mostra que dos 58 papéis que compõem o Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira, apenas 6 registravam perdas no ano, segundo dados da provedora de informações financeiras Economatica. Na outra ponta, 7 papéis acumulam alta de mais de 100% no ano.

A bolsa brasileira acumula 3 anos seguidos de perdas. Em 2015, a Bovespa foi o pior investimento do ano, com perda de 13,31%. Em 2014 e 2013, o Ibovespa também acumulou baixas, de 2,91% e de 15,5%, respectivamente.

Segundo os operadores ouvidos pelo G1, mesmo com a provável correção de alguns papéis, há espaço para a bolsa sustentar um patamar acima de 65 mil pontos no ano até o final do ano, especialmente se o governo brasileiro continuar garantindo maioria no Congresso e avançar com medidas concretas no campo fiscal e dependendo do cenário externo como a manutenção de juros internacionais a patamares bastante baixos.

A alta do Ibovespa também tem sido sustentada pela maior disposição do capital estrangeiro em aplicações em ações no país. Dados da BMF&Bovespa mostram que o ingresso líquido de capital estrangeiro na bolsa somou R$ 3,429 bilhões na parcial de outubro, até o dia 25 após retiradas (embolso de lucros) de R$ 2,24 bilhões em agosto e de R$ 1,96 bilhão em setembro. Entre janeiro e outubro, a entrada líquida de recursos do exterior está em R$ 16,47 bilhões.