Cooperativas
Coopaiba, 9 anos de trabalho em prol da agricultura de Piaçabuçu
A Cooperativa dos Agricultores Familiares e dos Empreendimentos Solidários de Piaçabuçu (Coopaiba) completou 9 anos de atuação no município do litoral sul de Alagoas. A cooperativa, que começou seus trabalhos em Piaçabuçu no ano de 2015, mas que teve sua fundação em 2004 no município de Arapiraca, conta hoje com mais de 1.500 cooperados. Nesses 9 anos de trabalho, tem atuado no fortalecimento da agricultura familiar e, principalmente, na renovação dos coqueirais da região sul do estado.
Durante esse tempo, foi crescendo e transformando vidas. Hoje, a Coopaiba não é apenas um sonho de uma pessoa, mas carrega o sonho e a esperança de cooperados, suas famílias e centenas de colaboradores, que dependem de sua manutenção no município. São 9 anos de dedicação, trabalho árduo e amor pela terra e pelas pessoas que dela fazem parte. Para a Coopaiba, o legado foi construído com a união, a força e a cooperação de todos que acreditaram no poder da sustentabilidade e da valorização da biodiversidade local.
A Cooperativa dos Agricultores Familiares e dos Empreendimentos Solidários de Piaçabuçu deu passos de gigante nos últimos anos, impulsionada por um sonho: promover o desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade de vida das comunidades que dependem do extrativismo e do manejo sustentável. O sonho, que começou pequeno, cresceu e floresceu graças ao esforço coletivo, à confiança mútua e ao compromisso com um futuro mais verde e justo.
As conquistas alcançadas durante esse tempo foram muitas: a sede própria, na Rodovia Dalmo Moreira Santana, Povoado Barreiras; geração de emprego e renda, com centenas de colaboradores diretos e cooperados que chegam a 1.500; criação do Banco É da Gente; a Alecons Ambiental, as associações Sabor Artesanal e Super Bonita, além da marca Tia Ita. Mayck Leonardo, presidente da Coopaiba, falou sobre a importância das ações: “São projetos que abriram portas, incluíram produtivamente jovens e mulheres no mapa econômico da cidade. O banco, por exemplo, proporcionou a volta das transações bancárias no município”, disse o presidente.
Naturalmente, os projetos e parcerias realizados na cooperativa têm sido um fator determinante ao longo de sua história para uma efetiva transformação social e financeira de jovens, homens e mulheres, agricultores e agricultoras dentro da sociedade local e da região. A atuação da cooperativa fomenta a oportunidade de renda e crescimento dentro da própria comunidade. Os trabalhos e serviços oferecidos derivados do coco pela Coopaiba oferecem qualidade e sustentabilidade, diminuindo os índices de pobreza e vulnerabilidade anteriormente conhecidos no município.
A importância da cultura do coco para a região sul de Alagoas
Hoje em dia está na boca ou mente de qualquer pessoa. A cultura do coco, que é tradicional em quase todos os municípios alagoanos, transforma o estado em um dos maiores produtores do Brasil e tem enorme importância para os municípios do litoral sul de Alagoas, onde milhares de pessoas sobrevivem de sua produção, valor agregado e produto final.
A fruta coco, ou coqueiro, tem origem no Sudeste Asiático, nas ilhas e países de clima tropical e subtropical do Oceano Índico e Pacífico, e foi descoberta durante a viagem de Vasco da Gama à Índia, entre 1497 e 1498. Os portugueses introduziram o coqueiro no Brasil no século XVI, trazendo espécies de Cabo Verde, na África. Depois disso, a planta espalhou-se pelo litoral nordestino e por outras regiões do país.
O coco é um fruto do tipo drupa, produzido por uma palmeira de grande importância econômica. A sua polpa branca e a água de coco são as partes mais consumidas. A água de coco é rica em sais minerais, como potássio e sódio, e é usada como bebida esportiva e repositora em casos de diarreia.
Ao longo do tempo, foram introduzidas no Brasil diferentes variedades de coqueiros, como o coqueiro gigante, que chegou ao Brasil em 1553, o pioneiro, trazido das ilhas de Cabo Verde; o cabocla, proveniente da Malásia; o anão, que chegou em 1925, importado da Índia e o Nyor Gading, também proveniente da Malásia.
O coqueiro é uma planta perene que se adaptou bem ao clima e solo do litoral nordestino. É uma cultura valiosa em muitas regiões tropicais, sendo amplamente consumido e utilizado em várias indústrias. O coqueiro espalhou-se pelo litoral nordestino, onde se encontram os principais produtores nacionais, como Bahia, Sergipe, Ceará e Alagoas.
O litoral sul de Alagoas, onde existem milhares de quilômetros quadrados de plantações, sofreu muito quando a região foi castigada pela seca de 2012 e 2015, perdendo mais de 5 mil coqueirais, o que afetou a renda de mais de 300 famílias de agricultores familiares. No ano de 2015, quando nasceu a Coopaiba em Piaçabuçu, o setor contou com o trabalho da Cooperativa dos Agricultores e Empreendimentos Solidários, utilizando o replantio de quase 70 mil mudas de coco de qualidade genética, possibilitando a recuperação de 200 hectares.
Assim, o processo de reestruturação da cadeia do coco na agricultura familiar dos municípios de Piaçabuçu, Igreja Nova, Feliz Deserto e Penedo foi a porta de entrada para o fortalecimento da parceria entre a Coopaiba e seus cooperados.
Assim, a Coopaiba começou a atuar para absorver a produção dos agricultores e abastecer a sua fábrica de beneficiamento do coco. “A cooperativa foi importante no processo de recuperação, pois os compradores sumiram após a seca e também recentemente na pandemia. Isso é importante para que esses produtores permaneçam na atividade, com produtividade e mercado garantido”, descreveu o presidente da Coopaiba, Mayk Leonardo.
“Na Coopaiba, valorizamos cada parte do coco, aproveitando suas qualidades para criar produtos que respeitam a natureza e trazem benefícios para todos. Seja na forma de óleo, leite ou em nossos cosméticos, o coco é nosso aliado na promoção de um estilo de vida saudável e sustentável”, finaliza o presidente.
Da matéria-prima ao produto final: por dentro de uma indústria de beneficiamento
Armazenamento: Ao chegarem na indústria, os frutos são colocados em um galpão com boa ventilação para que não percam sua qualidade, respeitando as normas estabelecidas no manual de boas práticas de fabricação. A recomendação é que os frutos sejam processados em torno de 45 a 50 dias; do contrário, podem perder suas características organolépticas.
Aquecimento: Os frutos são colocados em cestos, no equipamento chamado autoclave, onde o vapor que sai da caldeira faz com que o equipamento entre em aquecimento sob pressão. Dentro da autoclave, os frutos recebem um choque térmico que permite uma contração da amêndoa, fazendo com que ela se solte relativamente do endocarpo (quengo). Esse aquecimento pode ser em autoclaves ou estufas, porém o uso da autoclave é mais rápido e eficiente. Geralmente, a temperatura da autoclave pode chegar a 120°C com 1,05 kg/cm² de pressão por 25 minutos.
Serra: Após sair da autoclave, os frutos são levados à serra onde serão serrados ao meio, facilitando o processo de retirada do endocarpo (quengo).
Retirada do Endocarpo: O endocarpo é a parte mais óssea do coco que cobre a amêndoa. Após sair da autoclave, o fruto é levado para a mesa de despolpe, onde o processo de retirada é manual, utilizando uma espátula.
Despeliculagem: Nessa etapa, as mulheres fazem a remoção da película da amêndoa no equipamento chamado despeliculador. A película precisa ser retirada tanto para a produção do coco ralado quanto para a do leite de coco, pois apresenta um sabor amargo, podendo prejudicar e desvalorizar o produto.
Escolha das Amêndoas: Nessa etapa, são selecionadas as melhores amêndoas para a produção do leite de coco e do coco ralado. O objetivo é retirar os frutos com umidade baixa, conhecidos como coco seco, que não podem ser usados para a produção do leite de coco e coco ralado, pois perdem o aspecto leitoso do leite. Também devem ser retirados os frutos com defeitos, como cor, sabor e odor, que podem afetar a qualidade do leite e do coco ralado.
Lavagem: Depois da despeliculagem, as amêndoas são levadas para o lavador de frutas, onde são lavadas continuamente. O objetivo da lavagem é retirar todos os fragmentos da película e outras impurezas.
Desintegração: Após a lavagem, os frutos passam pelo processo de desintegração, realizado por um multiprocessador industrial chamado moinho, que utiliza uma peneira para obter um bom esfarelamento ou trituração, visando um bom rendimento para extração do leite de coco e do coco ralado.
Prensagem: O leite de coco é extraído pela prensa, um equipamento composto por moega da farinha do coco ralado que alimenta o equipamento. A prensa é uma rosca sem fim dentro de uma peneira cilíndrica reforçada, com orifício de 0,2 mm. O leite passa pelo orifício da peneira e cai diretamente em uma calha, sendo conduzido por uma tubulação até o tanque. O restante, ainda muito úmido pela extração do leite, sai pela parte frontal da prensa. Essa massa será aproveitada para a produção de coco ralado desidratado.
Envase do Leite de Coco: Após passar pelos processos de pasteurização, o leite de coco é envasado em garrafas de plástico, rotuladas e acondicionadas em embalagens plásticas.
Secagem (produção do coco ralado desidratado): Após passar pelo processo de desintegração e prensagem, a massa é levada para as estufas com circulação de vapor vindo da caldeira, chegando a uma temperatura de 70°C. A massa chega à estufa com umidade superior a 30% e sai após atingir umidade máxima inferior a 4%.
Envase do Coco Ralado Desidratado: Depois de sair da estufa propriamente seco e com umidade de 4%, o produto resultante da secagem é acondicionado em sacos plásticos de papelão com peso de 10 kg cada.
Armazenamento do Coco Ralado Desidratado: Após ser envasado, o produto final é armazenado em paletes de 50 sacos na área de armazenamento.
Associação super bonita gera renda para mais de 190 famílias em alagoas
No Povoado Penedinho, a Associação Super Bonita, que deu início ao seu projeto com o objetivo de levar oportunidade para as pessoas do município de Piaçabuçu e região, gera renda para mais de 190 famílias. O Penedinho, que foi selecionado como um dos locais para receber essa incrível oportunidade, está passando por um momento transformador, contribuindo para o crescimento da comunidade.
Foi através da Cooperativa da Agricultura Familiar e dos Empreendimentos Solidários de Piaçabuçu (Coopaiba) que nasceu a associação, mais um projeto para o fortalecimento de grupos de mulheres rurais. O projeto Super Bonita foi lançado para organizar o trabalho de mulheres e jovens, com o envase do óleo de coco para venda no mercado.
A Super Bonita, que tem capacidade de envase de óleo de coco para cosméticos e beleza com 9 mil litros por dia, usando 24 toneladas por semana, assumiu o compromisso com as mulheres rurais e com as famílias da comunidade.
“Esse projeto foi pensado há algum tempo, quando a Coopaiba percebeu que a comunidade precisava de novos estímulos. Partindo da economia criativa e dos empreendimentos solidários, estamos hoje com mais um projeto consolidado, trazendo oportunidade de independência financeira”, disse o presidente Mayk Leonardo.
Para a presidente da Associação, Valdice do Carmo, as ações de qualificação e de incentivo ao empreendedorismo feminino, além do aumento de renda e empoderamento para as mulheres, são a base fundamental da Super Bonita. “A concretização deste projeto de geração de emprego e renda para mulheres está impactando a vida de muitas”, disse Valdice.
Mayk Leonardo afirmou que, em consonância com o princípio cooperativo de interesse pela comunidade, a Coopaiba tem empreendido iniciativas de economia circular e investimento para além do campo de produção. “O cooperativismo nos permite pensar no desenvolvimento local, social e econômico da comunidade. E a Coopaiba deseja justamente valorizar a prata da casa e tornar a nossa economia cada vez mais forte”, disse.
Na sede da Super Bonita, o beneficiamento do óleo de coco é feito pela cooperativa Coopaiba, que envia as bombonas de 200 litros para a unidade no povoado de Penedinho. Na sede da Associação, as colaboradoras posicionam as bombonas embaixo das bancadas de envase, onde os 200 litros são convertidos em embalagens de 30 ml e 50 ml. O processo de envase é feito por uma envasadora semiautomática, onde as mulheres associadas fazem o envase a partir do acionamento de um pedal. Depois, a própria máquina faz o envase de 30 ml ou 50 ml, de acordo com a produção da fábrica.
Após o envase, o produto passa pela rotuladora, que também é um processo semiautomático, onde as mulheres posicionam a garrafa, que faz o processo de alinhamento e rotulagem. Depois, passa por outra bancada, onde as mulheres fazem o processo de selagem das unidades acabadas. Então entra em cena outra colaboradora para fazer o termo encolhimento, transformando o produto em fardos com 6 unidades de 30 ml ou 50 ml.
No final do processo, o produto é estocado e vai para a comercialização do principal cliente, a marca TIA ITA, que faz a venda dos produtos para o mercado privado.
Fábrica de doces sabor artesanal emprega 200 mulheres em Piaçabuçu
O modelo de fábrica de gêneros artesanais faz parte do planejamento da Coopaiba em expandir a produção de alimentos entre grupos de cooperadas e famílias da agricultura, com produção também voltada para o abastecimento do setor público. Assim, a Cooperativa da Agricultura Familiar e Empreendimentos Solidários segue avançando na diversificação de suas atividades na agricultura familiar.
Com a inauguração da fábrica de doces “Sabor Artesanal”, empreendimento que gera trabalho para cerca de 200 mulheres do município de Piaçabuçu na produção, sobretudo, de balas de coco, e em breve de cocadas e biscoitos.
A atividade, gerida através da Associação dos Agricultores Familiares Produtores de Cocada – Sabor Artesanal, produz 7 mil balinhas de coco por dia, sendo que 1 tonelada, a cada seis meses, é adquirida pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), dentro do programa para o fortalecimento das políticas públicas voltadas ao desenvolvimento da agricultura familiar, além de atuar com o objetivo de promover a segurança alimentar e nutricional, executando ações de abastecimento social como atendimento emergencial, ajuda humanitária e doações.
A produção, escoada no mercado institucional com as vendas para doações, e também no mercado privado, teve apoio da União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Alagoas (Unicafes), por criar oportunidade de renda para mulheres agricultoras, esposas e filhas de cooperados.
“São produtos artesanais, com receitas tradicionais e todas as recomendações nutricionais preservadas. Uma aposta do cooperativismo para alcançarmos a independência financeira dessas mulheres. E principalmente, uma fábrica que valoriza todo o trabalho das famílias envolvidas desde a produção da lavoura, do coco da cooperativa até a comercialização”, pontuou o presidente da Coopaiba, Mayk Leonardo.
Um banco que nasceu diante de uma adversidade
A A trajetória de um banco comunitário que surgiu e se consolidou como um grande sucesso para a cidade de Piaçabuçu. A história do Banco É da Gente começa com um momento de grande adversidade para o município, que foi a explosão da agência do Banco do Brasil, quando, em março de 2020, criminosos incendiaram o local na tentativa, fracassada, de assaltar a agência.
Com isso, os moradores ficaram sem um banco local e precisavam viajar até Penedo, distante 30 km, para realizar as operações bancárias, o que beneficiava o comércio daquela cidade e enfraquecia o comércio de Piaçabuçu. Foi nesse cenário que Antonino Cardozo, então presidente da Coopaiba, e sua equipe começaram a buscar soluções para resolver a situação.
Após uma pesquisa e busca por alternativas, encontraram Joaquim, o fundador do Banco Palmas, de Fortaleza, que os orientou e forneceu o suporte necessário para a criação de um banco comunitário na cidade. Quando o banco chegou, a população ainda não reconhecia totalmente sua importância, mas com o trabalho de conscientização e incentivo da equipe, conseguiram conquistar a confiança dos moradores.
Atualmente, o banco conta com mais de 2.500 correntistas e mais de 150 comércios cadastrados, representando 90% do comércio local. Ao longo dos últimos três anos, já movimentou mais de 5 milhões em moeda social e oferece diversas modalidades de crédito para atender às necessidades da população. Um exemplo de sucesso é a modalidade Cred Bacanagem, um crédito voltado para as festas da cidade, em que o cliente pode pegar 200 reais e pagar em 4 parcelas de 55 reais, garantindo um look novo para a comemoração.
Nesse período, o impacto foi transformador para Piaçabuçu, já que as vendas aumentaram 100%, e tanto comerciantes quanto clientes estão extremamente satisfeitos com os resultados alcançados.
De acordo com o presidente do EDG, Pedro Vinicius, “Com o banco comunitário, conseguimos fortalecer a economia local, promover a inclusão financeira e dar um novo fôlego para o comércio de Piaçabuçu. O sucesso desse projeto é um reflexo do esforço coletivo e da confiança que a população depositou no banco. O banco oferta serviços financeiros solidários de natureza associativa e comunitária. Nosso objetivo é ajudar a reorganização das economias locais, tendo por base os princípios da economia solidária”, afirmou.
O presidente da Coopaiba, Mayk Leonardo, disse que, desde o nascimento do banco, o objetivo sempre foi promover o consumo dentro da própria comunidade, incentivando por meio da oferta de microcrédito solidário e moeda social. “Sabemos que a organização popular de grupos produtores é uma forte tendência em diversos setores, por isso sabemos que o banco se tornou essencial para trazer mais estrutura e fomento”, pontuou ele.
Economia solidária: Banco É da Gente transformou realidade social em Piaçabuçu
Em um país marcado pela desigualdade social, cuja realidade está escancarada nas grandes, médias e até nas pequenas cidades, onde a gestão pública deveria assegurar os direitos básicos da população, sobretudo da parcela em situação de vulnerabilidade social, e onde a maioria dos programas colocados em prática pelos governos não são suficientes, municípios, empresas e cooperativas buscam alternativas para fomentar a economia local na tentativa de gerar emprego e melhorar a renda dos moradores. Uma dessas iniciativas é a chamada moeda social, que existe há mais de 20 anos no Brasil, mas só começou a ganhar força recentemente.
Certamente poucas pessoas sabem, mas hoje são 150 moedas sociais que circulam simultaneamente com o real em diversos municípios do país. É bom ressaltar que o fundamento básico para a utilização da moeda social só tem validade nas regiões que a implementam com o objetivo de estimular a produção e o consumo local. Além disso, apesar de serem lastreadas em reais, as moedas sociais não são emitidas pela Casa da Moeda, mas pelos Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCD).
A primeira moeda social foi criada em 1998, mas a popularização só começou a ganhar escala no Brasil a partir de 2015, após a aprovação da Lei nº 12.865, de 9 de outubro de 2013, e regulamentação nº 4.282, na qual o Banco Central (BC) estabelece as diretrizes que devem ser observadas na supervisão das instituições de pagamento e dos arranjos de pagamento integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
A ideia básica para seu surgimento foi proporcionar a inclusão financeira e bancária, bem como a democratização do acesso ao crédito. Assim, os bancos comunitários também são responsáveis por gerar e distribuir riqueza aos municípios, já que as moedas sociais, uma vez que circulam apenas em uma determinada região, impulsionam a produção e fomentam o comércio local.
Então imagine viver em um pequeno município onde existe uma moeda que pode ser utilizada para comprar e comercializar mercadorias. Foi o que aconteceu em Piaçabuçu, município na região sul de Alagoas, que recebeu seu primeiro banco comunitário social. O “É da Gente”, uma instituição financeira associativa registrada pelo Banco Central, foi criado para prestar serviços financeiros e bancários.
Com o funcionamento do Banco “É da Gente”, a população passou a contar com uma moeda social, aplicativo para gerenciamento e serviços comuns de acesso ao crédito, abertura de contas e transações como saques e depósitos. O Banco É da Gente é uma iniciativa da Associação de Desenvolvimento Comunitário de Piaçabuçu e da Cooperativa dos Agricultores Familiares e dos Empreendimentos Solidários de Piaçabuçu (Coopaiba).
Para Pedro Nascimento, presidente do Banco Comunitário, a ideia foi integrar a comunidade no sistema financeiro, incentivando o desenvolvimento local. “A instalação do nosso próprio banco é uma grande conquista, solucionando problemas antigos e fomentando o negócio local com muitas oportunidades para a nossa gente. Nossa gama de serviços conta com um sistema integrado de crédito, produção, comércio e consumo.”
Marca Tia Ita comercializa produtos do cooperativismo e da Coopaiba Alimentos
A Tia Ita é uma linha de produtos com qualidade comprovada em todo o Brasil. É uma marca sergipana que tem em seu DNA os princípios do cooperativismo, da sustentabilidade e das tecnologias sociais da Coopaiba Alimentos, a indústria localizada em Piaçabuçu. Aposta como carro-chefe nos alimentos derivados do coco que são produzidos, beneficiados e comercializados com qualidade e sabor. Mas além do coco, a Coopaiba Alimentos ampliou o mix de produtos com o arroz, o feijão fradinho, o feijão preto, o feijão carioca e o açúcar.
Assim, com a marca do cooperativismo alagoano, o mix de produtos Tia Ita, provenientes da Cooperativa dos Agricultores Familiares e dos Empreendimentos Solidários (Coopaiba), vem mantendo um constante crescimento desde que foi lançado no mercado. O projeto, segundo o presidente Mayk Leonardo, que passou a integrar as ações do grupo Coopaiba Alimentos com a produção de novos itens na linha a granel, já se tornou referência no mercado.
Além dos derivados do coco, como o leite de coco e o coco ralado, a família Tia Ita apresenta o arroz, o milho de pipoca, o açúcar cristal e os feijões dos tipos fradinho e carioca. Com os novos itens, foi ampliada a área de atuação da marca, que atualmente já está presente em Sergipe, Alagoas, São Paulo e Rio de Janeiro.
A marca também tem se destacado na comercialização para o mercado institucional. Segundo o presidente Mayk Leonardo, a Coopaiba Alimentos agrega produtos de qualidade que representam a força do cooperativismo. “A Coopaiba vem se reposicionando no mercado, investindo em sua marca própria como forma de entregar mais qualidade e se manter competitiva no mercado. São produtos que carregam o diferencial do cooperativismo e que são industrializados com foco nas necessidades do consumidor”.
Situada no município de Piaçabuçu, a Coopaiba conta com quase 1,5 mil cooperados. A cooperativa subdividiu sua atuação em três pilares voltados para a agricultura familiar, para distribuição do diesel e para a industrialização de alimentos, correspondendo aos setores da Cooperativa convencional de atendimento ao produtor rural; Coopaiba Diesel e Coopaiba Alimentos.
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