Cooperativas

Encontro do Cooperativismo é realizado com debates, palestras e apresentações de cases de sucesso

Instituído pela Lei Estadual nº 7.155/2010, o Encoopal faz parte da programação da Semana Estadual de Cooperativismo

Por Lucas França/Valdirene Leão com Tribuna Hoje 08/07/2024 11h12 - Atualizado em 08/07/2024 15h37
Encontro do Cooperativismo é realizado com debates, palestras e apresentações de cases de sucesso
Realizado em parceria com a União das Cooperativas da Agricultura Familiar e da Economia Solidária de Alagoas (Unicafes/AL), o encontro reúne mais de 200 cooperativas - Foto: Sandro Lima

O Dia Internacional do Cooperativismo é celebrado no primeiro sábado do mês de julho. Neste ano, a data foi comemorada no último dia 6, marcando o importante papel que o segmento tem no desenvolvimento econômico e social. Com atuação em diversos setores, serviço, agropecuário, crédito, saúde, transportes, trabalho e imobiliário, há 399 cooperativas com registro ativo em Alagoas. Dezenove delas foram abertas este ano, conforme dados da Junta Comercial do Estado de Alagoas (Juceal),

Em comemoração a data, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sedics), por meio da Secretaria Executiva do Cooperativismo, Associativismo e Economia Solidária, realiza o Encontro do Cooperativismo Alagoano (Encoopal), nesta segunda-feira (8), com uma séria de atividades e debates durante todo o dia, no Salão Aqualtune, no Palácio República dos Palmares.

Instituído pela Lei Estadual nº 7.155/2010, o Encoopal faz parte da programação da Semana Estadual de Cooperativismo, e será um momento de discussão de assuntos relativos ao tema. A programação conta com palestras e cases de sucesso do cooperativismo no estado, assim como, o lançamento de dois livros com sessão de autógrafos.

Realizado em parceria com a União das Cooperativas da Agricultura Familiar e da Economia Solidária de Alagoas (Unicafes/AL), o encontro reúne mais de 200 cooperativas. O secretário Executivo do Cooperativismo do Estado de Alagoas, Adalberon Sá Júnior, disse que o objetivo do encontro é fortalecer o papel do cooperativismo no Estado. “O cooperativismo em Alagoas é modelo para o Brasil por possuir uma política bem definida de fortalecimento aos gargalos econômicos e sociais. Com o Encoopal teremos, por mais um ano, momento para pactuar o compromisso em acelerar o desenvolvimento econômico e social de Alagoas”.

“O estado tem hoje a primeira e única Secretaria Executiva de Cooperativismo do Brasil e ela foi inserida dentro da pauta do desenvolvimento econômico. Isso foi um entendimento do governador Paulo Dantas muito essencial, porque, na verdade, é isso que essas cooperativas significam. O papel delas é fundamental no desenvolvimento econômico, social e sustentável do nosso estado. A gente tem mais de 200 cooperativas ativas, mais de 120 mil cooperados, gerando milhares de emprego e fazendo com que a economia gire nos seus locais onde eles estão instalados, fazendo com que aquela região se desenvolva. A gente tem cooperativas grandes, cooperativas pequenas e o nosso papel é poder estruturar, capacitar e poder fazer com que essas pequenas se tornem maiores, com que os seus produtos sejam mais competitivos no mercado”, continuou Adalberon.  

Paulo dantas, Governador de Alagoas falou da importância do setor para todo o país (Foto: Sandro Lima)


O governador Paulo Dantas ressaltou que a o cooperativismo deve ser tratado com atenção, uma vez que ele contribui de forma significativa para o desenvolvimento econômico e social de Alagoas. “O estado tem exportado cases de sucesso, que serão apresentados inclusive aqui nesse encontro, como o Alagoas Mais Cooperativas - um programa que com certeza será um case de sucesso fundamental para nós deixarmos claro, não só para estado, mas para todo o Brasil, que o cooperativismo tem que ser tratado com a atenção que merece, pelo tamanho da contribuição que ele exerce para o desenvolvimento do nosso estado. E é por isso que nós estamos de maneira totalmente conectados, ouvindo o setor a todo momento. Por isso que foi importantíssimo nós termos criado a Secretaria Executiva do Cooperativismo, que é conduzida com muito êxito pelo secretário Adalberon”.

Luta contra o êxodo rural

Para Maria José Alves, presidente na Unicafes/AL, ações organizadas com planejamento faz com quer o setor contribuía ainda mais com o desenvolvimento de Alagoas e do Brasil. Ela cita que ações da entidade contribuem para evitar o êxodo rural.

“Alagoas tem dado passos importantes no fortalecimento do cooperativismo. A gente hoje é referência, não só no estado, mas no país. Muitas cooperativas vêm para Alagoas para ver como é que nós estamos se organizando. Às vezes a gente olha, meu Deus, tão pouco, e a gente tem feito a diferença, tem transformado um campo e a gente quer isso, transformar o campo para que cada pessoa que lá se encontre viva bem, viva melhor e não saia do campo para vim para a cidade. A gente quer um campo forte, onde eles saibam produzir, vender e ter uma renda no final do ano, para que não abandonem, não vendam suas terras e vá ocupar as cidades. O cooperativismo também luta, então, contra o êxodo rural”, disse Maria José.

A gestora da Sedics, Alice Beltrão, disse que investir em capacitação fortalece o trabalho que vem sendo desenvolvido com as cooperativas alagoanas. “O cooperativismo é uma ferramenta de desenvolvimento econômico e social. Uma das grandes formas de geração de renda e inclusão, além de um poderoso instrumento de educação e de superação de desafios individuais e coletivos”.

Marcelo Vieira, palestrante e empresário do setor de crédito em Santa Catarina, parabenizou a criação da secretaria executiva e ressaltou a importância do setor para o país.

“Venho lá de Santa Catarina, um estado muito cooperativista, onde quase 100% das cidades possuem alguma cooperativa presente e atuando fortemente. Então o que vim falar hoje para esse grupo de cooperativistas entusiasmados é que juntos vamos sempre muito mais longe, muito mais forte. O cooperativismo hoje está diante da tecnologia e ela torna todo mundo igual. Porque a tecnologia de qualquer instituição, seja ela pública, privada ou cooperativista, é igual. Então, o que vai nos diferenciar no futuro é a junção das pessoas. É eu poder falar com você por meio digital, por exemplo. A nossa grande discussão não é afastar as pessoas do cooperativismo. Porque as tecnologias, os chatbots, elas estão fazendo o trabalho e aí às vezes a gente pode ficar um pouquinho distante e qualquer outra instituição que não seja uma cooperativa pode assumir aquele lugar, o protagonismo do relacionamento. Hoje em dia se fala bastante de tecnologia no campo. Né? A gente já tem exemplos aí de sucesso separado pelo país inteiro e sempre se colocou em questão que o homem do campo não tinha nem direito de chegar nessa tecnologia para aumentar sua linha de produção, aumentar a qualidade de vida, mas a realidade está mudando. Acredito muito na pulverização do conhecimento”, disse Marcelo Vieira, acrescentando que o Brasil é um país de dimensões continentais.