Cooperativas

Cooperativas precisam de união, ações integradas e agregação de valor, diz especialista

Estas são algumas das propostas que Marcos Fava Neves considera como fundamentais para a evolução das cooperativas

Por Easycoop 12/11/2020 15h27
Cooperativas precisam de união, ações integradas e agregação de valor, diz especialista
Reprodução - Foto: Assessoria
Ações integradas e coletivas, estratégias de agregação de valor e criação de uma associação de base unificada. Estas são algumas das propostas que o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Marcos Fava Neves, considera como fundamentais para a evolução e consolidação do sistema cooperativista no Brasil. "O produtor rural brasileiro é protagonista no suprimento mundial sustentável de alimentos. Domina 50% do mercado mundial de soja. Diante disso, o cooperativismo precisa colaborar mais, principalmente em relação ao mercado internacional, para chegar ao lado do comprador", salientou o especialista em planejamento estratégico do agronegócio, durante recente encontro online organizado pelo Sistema Ocepar. Novos mercados Segundo Fava, o papel das cooperativas na inteligência de mercado e no desenvolvimento de relações é de grande importância para a unificação do setor. "Precisamos ser pioneiros na conquista de novos mercados, à frente de outros exportadores, utilizando o serviço como diferencial para facilitar o acesso aos produtos e atender às principais necessidades do comprador". Para isso, acrescentou o diretor da SNA, é necessário conhecimento para trabalhar com todos os fatores que envolvem os mercados-alvo para a exportação de alimentos. "Precisamos identificar que mercados poderão crescer, a partir de fatores como população, geração e distribuição de renda, escassez de recursos agrícolas, legislação favorável às importações, etc." Consumo Outro fator apontado por Fava como oportunidade para o setor cooperativista é a tendência de avanço, no pós-pandemia, das cooperativas de consumo (supermercados cooperativistas). "É um esforço que a sociedade está pedindo. Hoje nós estamos comprando do pequeno varejo perto da nossa casa ou de redes internacionais. Nosso varejo se internacionalizou. Está na hora de o Brasil assumir um protagonismo na distribuição final do varejo e eu só vejo uma saída, que é pelo cooperativismo", disse o especialista, que também defendeu avanços no setor de distribuição e varejo de combustíveis. "O cliente do agro no exterior precisa entender as organizações brasileiras como criadoras de valor para ele, e com isso as relações podem se fortalecer cada vez mais", complementou Fava. Grupo coeso Sobre a possibilidade de criação de um grupo para unificar as cooperativas, o diretor da SNA, ao sugerir alguns nomes para essa associação, entre eles CooperFoodsBR e CooperSoyBR, justificou que "não faz mais sentido que as cooperativas briguem por mercados externos ou não compartilhem infraestrutura de transporte e logística". O setor internacional do cooperativismo, segundo Fava, deveria ser gerenciado por uma só organização. Para ele, a ideia de se criar uma associação irá centralizar as exportações das cooperativas e capturar valor nas exportações, com eficiência logística, serviços aos compradores e poder de negociação. "Temos a oportunidade de mostrar ao mundo que o País se organizou de forma socialmente justa, com grandes empresas exportadoras, que são cooperativas unificadas".