Ciência e Tecnologia

Jovens autistas desenvolvem habilidades na robótica

Por Assessoria 17/12/2024 15h06
Jovens autistas desenvolvem habilidades na robótica
Alunos de Coruripe relatam que a robótica educacional está impactando positivamente no desenvolvimento de habilidades sociais, foco e interação emocional - Foto: Assessoria

Estudos já comprovam o potencial da robótica para auxiliar pessoas com Transtorno do Espectro Autista, TDAH e outros transtornos do neurodesenvolvimento. Isso também foi constatado pelos alunos Lara Vitória e Joaquim Pinheiro, integrantes da equipe classificada para a maior competição de robótica do Brasil que aconteceu em Goiânia.

Eles fazem parte da equipe “Ressignificando os Saberes” da Escola Cláudio Daniel Gama Amorim, em Coruripe, e este ano brilharam na Olímpiada Brasileira de Robótica – etapa Alagoas, na modalidade artística – nível 2, onde as equipes utilizaram robôs de forma inovadora e interativa, criando performances que unem arte e tecnologia. Após serem classificados para etapa nacional da OBR os jovens dividiram as arenas com equipes de todo Brasil e levaram o nome do seu município para a competição.

Os jovens estudantes fizeram alusão à tradicional prévia carnavalesca de Alagoas, o Pinto da Madrugada e levaram a dança do frevo com coreografias integradas com os robôs caracterizados.

Para Lara, participar da OBR estadual foi uma conquista enorme e mais ainda levar a medalha de ouro para o município. Ela conta que a robótica entrou na sua vida há dois anos e desde quando começou vem evoluindo em diversos aspectos. “A robótica me ajuda a ter foco, me dá mais habilidade social, melhorou a minha coordenação motora e diminui até minha ansiedade”, disse a jovem que além do autismo, tem TDAH, dislexia e discalculia.

Ela enfatiza ainda que a robótica tem sido uma aliada no aprendizado das disciplinas na sala de aula. “Eu consigo lidar melhor com outras matérias, como português, matemática, já que eu tenho dificuldades em razão da dislexia e discalculia. Eu super indico para as pessoas com alguns desses transtornos fazer robótica, ajuda em várias coisas no seu dia a dia”, reforçou a medalhista.

Joaquim Pinheiro também tem TEA, TDAH e dislexia. Para ele, foi uma grande conquista integrar a equipe e sair com a medalha de ouro que garantiu a vaga na etapa nacional, mas a maior conquista tem sido sua evolução por meio da robótica. “A robótica me ajuda muito no meu desenvolvimento, me ajuda a ter foco, me ajuda no meu aprendizado em sala de aula e tem sido uma grande aliada nas minhas terapias. Eu sou muito grato a professora Tati que trouxe a robótica para minha vida”, contou Joaquim.

Já a professora Tatiane Mendonça não esconde o orgulho dos alunos. Para Tatiane, é uma surpresa a cada dia ao ver a evolução deles, já que a robótica auxilia esses jovens com diversos tipos de transtornos de neurodesenvolvimento. “A inclusão é essencial para a educação e a robótica tem feito muito bem esse papel. Temos diversos alunos com TDAH, TOD (Transtorno Opositivo Desafiador), autismo inseridos nas aulas de robótica e eu tenho observado ganhos muito significativos, o que me deixa muito feliz”, disse a professora.

O coordenador da Secretaria de Educação de Coruripe, Neto Paz, destacou a importância de levar a escola para a competição. “Através da robótica, a educação do nosso município passa a ter mais qualidade, agregando tecnologia a outros conhecimentos e despertando o interesse dos alunos”.