Ciência e Tecnologia

Estudantes criam projeto para produção de papel a partir do bagaço da cana

Projeto de egresso da Ufal atua em parceria com estudantes e professores do ICBS

Por Jacqueline Freire / Ascom Ufal 16/08/2024 22h58
Estudantes criam projeto para produção de papel a partir do bagaço da cana
Projeto é desenvolvido quase exclusivamente na escola, desde o pré-tratamento do bagaço de cana-de-acúcar até a criação do papel - Foto: Ascom Ufal

Uma forma inteligente de aproveitar o resíduo da cana de açúcar, o conhecido bagaço e produzir menos lixo. Esse é o objeto do projeto “Produção de papel a partir do bagaço da cana de açúcar”, que faz parte do Programa de Iniciação Científica Pibic Júnior, desenvolvido por estudantes e professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) na Escola Estadual Benedita de Castro Lima, em Maceió.

Orientados pelo professor Felipe Andrade, em parceria com o projeto Residência Pedagógica, o projeto é desenvolvido quase exclusivamente na escola, desde o pré-tratamento do bagaço de cana-de-açúcar até a criação do papel, sendo as etapas realizadas no Laboratório da escola.

“Com isso, os estudantes não participantes do projeto se envolvem, seja auxiliando em projetos paralelos, sendo participando da Feira de Ciências”, explica o professor Felipe, que é egresso do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas e do mestrado em Educação do Centro de Educação da Ufal e participa do Pibic Júnior e do Projeto de Residência Pedagógica.

A ideia é promover a logística reversa, por meio de uso mais inteligente do resíduo, o bagaço, tirando-o das ruas e transformando em produto de mais elevado valor. Além dos objetivos ambientais, o projeto também tem auxiliado no rendimento escolar dos estudantes: “O projeto foi o principal catalisador para a Feira de Ciências da escola, que planeja sediar outras escolas em breve. Além disso, inspira outras pesquisas e professores, que buscam criar seus próprios projetos. Por fim, tivemos aumento considerável no rendimento escolar e resgatar estudantes que provavelmente iriam evadir a escola”, afirma.

(Foto: Ascom Ufal)


Hoje o projeto já está em expansão, usando a mesma metodologia ou adaptada para criar: carvão ativado (capaz de filtrar chumbo), substituto de carvão para queima, concreto e até aglomerado de madeira. “Queremos provar que é possível fazer Ciência em uma escola pública periférica, de alagoanos para alagoanos. Nossa pesquisa é centrada no nosso Estado pois sentimos que é necessário Alagoas tomar controle do seu destino como produtor da Ciência. E provamos que é possível. Que nossos jovens são tão bons quanto de qualquer parte do país”, avalia.

ICBS

Atualmente o projeto atua em parceria com a Ufal, através de professores do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), a exemplo da professora Giana Raquel Rosa e do professor Júlio César de Oliveira. “Também conseguimos firmar contato com o professor Gilson Schwartz, da USP. Atualmente estamos trabalhando numa parceria oficial entre as duas instituições, por meio do projeto”, diz Felipe.

Febrace

Recentemente o projeto concorreu ao prêmio de melhor projeto na Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace), que acontece na Universidade de São Paulo (USP). “Todo o processo envolvendo a Febrace foi intenso, com muitas horas de pesquisa teórica, experimentação, discussão, preparação para apresentação, vídeos e escrita de artigo. E o tempo em São Paulo, cercado de outros projetos incríveis foi muito inspirador para todos. E isso contribuiu para expandir os horizontes. O que poderíamos fazer e para onde poderíamos levar o projeto. Inclusive, atualmente, trabalhamos com três subprojetos que pretendemos levar pra Mostratec, no Rio Grande do Sul e novamente para a Febrace”, adianta Felipe.

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